Ação concreta da Oitava da Páscoa, o Arcebispo pede que as pessoas, caso possam, doem alimentos e cestas básicas no Santuário Arquidiocesano da Virgem dos Pobres. Os alimentos serão para os irmãos e irmãs mais necessitados nesta pandemia.
Por Micheliny Tenório | Pascom Arquidiocesa
A missa do Domingo do Senhor presidida pelo arcebispo metropolitano de Maceió, Dom Antônio Muniz Fernandes, transmitida direto da Capela Particular da residência episcopal, na tarde do último domingo (4), foi marcada por uma homília reflexiva, enaltecedora das boas iniciativas, contestadora da crueldade humana, e com a revelação de um sonho do metropolita.
Ao iniciar a celebração, o arcebispo saudou a todos com a expressão de Feliz Páscoa e pediu que todos assim fizessem com quem estivesse ao lado.
Antes do canto do ato penitencial, o diácono provisório Urilian Santana aspergiu água benta nos fiéis recordando que o batismo em Cristo torna a todos novas criaturas. As leituras proferidas dos Atos dos Apóstolos e da Carta de São de Paulo aos Colossenses refletiram sobre o chamado para uma nova vida com a ressureição de Jesus, uma nova vida com afeição às “Coisas do Alto”, e não às terrenas.
A leitura do Evangelho segundo Lucas narrou o momento em que Maria Madalena viu o túmulo sem o corpo de Jesus e ao avisar aos apóstolos Pedro e João, ambos também foram se certificar adentrando ao sepulcro. Conforme o evangelista Lucas, eles ainda não tinham a compreensão da escritura de que Jesus ressuscitaria dos mortos.
Dom Antônio disse que até hoje buscamos entender o significado de ressuscitar dos mortos. “Para muitos de nós o que existe é apenas um ‘sepulcro vazio’ que não foi ainda preenchido, pois, quem o preenche é a nossa compreensão. Preenchemos de sentido a realidade dos planos estendidos, dos planos dobrados, do sudário, e assim vamos aos poucos compreendendo este mistério”, explicou o arcebispo.
Sonho de Páscoa
O metropolita falou sobre o milagre em unir pessoas em tempos pandêmicos, destacando que a pandemia não impediu a celebração da Semana Santa.
“Não podemos dizer que este ano foi mais um que não celebramos a Semana Santa. Precisamos entender que a celebração deste ano foi muito maior que a do ano passado e a dos próximos anos será maior ainda; por que se nós não podemos ir à igreja celebrar de forma presencial, celebramos em casa, o que é um grande milagre.”, destacou Dom Antônio ao lembrar que as restrições por conta da pandemia da Covid-19 uniu mais as pessoas em seus lares para partilharem momentos de oração e de acompanhamento remoto da santa missa.
E nesse sentido de união, Dom Antônio falou sobre seu desejo de retornar com a ação da geladeira solidária para ajudar pessoas em situação de vulnerabilidade social e que o Santuário estará recebendo doações de alimentos e cestas básicas a partir da Oitava da P. “Este seria um sonho meu de Páscoa: criar um espaço para esta geladeira onde quem tem deixa e quem não tem retira o que precisa para aliviar sua fome. Isto é ressureição.”, ressaltou.
Respeito ao mais velho
Ao mencionar a leitura do Evangelho segundo Lucas, o arcebispo recordou a lição que o apóstolo João deixou para todos quando, mesmo chegando primeiro ao túmulo, não entrou em respeito a Pedro por ser mais velho.
“Que atitude bonita de ressureição saber esperar pelos outros, pois, normalmente temos pressa, necessidade de querer aparecer, de querer fazer as coisas para que os outros vejam. A lição muito bonita que João nos dá é saber esperar.”, refletiu Dom Antônio ao acrescentar que em meio ao momento difícil vivido em todo mundo o bem se sobressai através de pessoas dispostas a se sacrificar pelo outro, a se solidarizar e a torcer pela recuperação do outro, mas também mencionou os que estão sendo “crucificados” com a morte pela Covid-19, em que “muitos sem ter um leito estão morrendo nos corredores dos hospitais.”, lamentou o arcebispo.
O metropolita destacou o trabalho dos profissionais da saúde pela abnegação e esforço para salvar vidas o qual classificou também como “ressureição”, ao tempo em que repudiou os que comparou à Pilatos por “lavarem as mãos diante de tanto sofrimento ao dizer que não têm nada a ver com as mortes”, disse Dom Antônio pedindo mais uma vez que todos reforcem os cuidados os cuidados individuais e com os outros.
Durante a oitava de Páscoa todos os dias às 17 horas serão celebradas missas e recitado o terço da Ressureição às 19h30.