Mons. Rubião Lins Peixoto
Na Sagrada Escritura, a palavra justo designa virtudes reunidas, aquele que se abstém do mal e cujo coração é puro. José é o último patriarca do Antigo Testamento e abre o tempo novo, sendo escolhido por Deus para esposo de Maria. Foi o chefe da Sagrada Família, igreja doméstica.
Eis que o Beato Papa Pio IX há 150 anos elegeu-o ‘’Padroeiro da Igreja Católica’’. O Venerável Pio XII apresentou-o como ‘’Padroeiro dos operários’’. São João Paulo II como ‘’Guardião do Redentor’’. Finalmente o povo de Deus invoca-o como ‘’Padroeiro da boa morte’’. A Santa Sé na pessoa do Papa Francisco, celebra o ano Josefino (2021), comemorando os 150 anos do documento do então Pio IX intitulado ‘’São José Padroeira da Igreja Católica’’. Honremo-lo como Servo Bom e Fiel.
Jesus, que é adotado por José como filho foi-lhe dada a autoridade paterna. Por ocasião do encontro de Jesus, no Templo, Maria diz-lhe: ‘’ Por que nos fizeste isto, pois teu pai e eu te procurávamos aflitos?!”(Lc 2,48) É grandioso perceber a união indivisível com sua esposa, o que podemos chamar” união de corações’’. A Sagrada Família dá início à “Igreja Doméstica”, na qual todas as famílias podem espelhar-se. Pode-se dizer que Deus chamou São José para servir diretamente a Jesus Cristo, exercendo sobre ele a paternidade terrena.
Também, com Maria, ele coopera no Mistério da redenção, nos ditos “tempos plenos”. Teve ele para com Jesus uma relação especial de afeto, que todo pai experimenta. Diante de tudo, pode ser dito o seguinte: Educou Jesus em Nazaré, embalou-o nos braços, deu-lhe o alimento diário, acolhendo Deus consigo em sua própria casa. Cumpriu toda a lei, recenseando-se com Maria, sua esposa, que se encontrava grávida (cf. Lc 2,4-5); em Belém, testemunha o nascimento de Jesus Cristo (cf. Lc 2,6-7). Por ocasião da visita dos Magos, esteve com Maria e Jesus (cf. Mt 2,11). Exerceu o dever paterno na circuncisão de Jesus, no Templo (cf. Lc 2,21). Na fuga para o Egito, vai à frente da família (cf. Mt 2,13).
Foi, em tudo exemplar esposo e pai. Sua fidelidade conjugal o faz acreditado por Deus. O Evangelho o elogia: “José era um homem justo” (Mt 1,19). Creu que a gestação de Maria foi obra do espírito Santo e deu seu assentimento de fé. Viveu o matrimônio e o celibato ao mesmo tempo, ambos por amor ao Reino de Deus. Realizou a comunhão de amor com Maria e com Deus simultaneamente. Foi exemplar no trabalho, sendo conhecido como carpinteiro, e com sua laboriosidade, mantinha a Sagrada Família. Em todas as circunstâncias de sua vida, José soube pronunciar o seu “Fiat”, assim como Maria da Anunciação de Jesus no Getsêmani.
Mons Rubião Lins Peixoto
Pároco na Paróquia Nossa Senhora de Lourdes e colunista do Jornal O Semeador, da Arquidiocese de Maceió.