*Por Lara Tapety – Ascom CPT/AL
Para marcar os 46 anos de existência e resistência da CPT junto aos povos da terra, das águas e das florestas no Brasil, em Alagoas, as comunidades camponesas doaram os frutos da luta pela terra nas periferias de Maceió e Rio Largo. A equipe da CPT no estado organizou os alimentos saudáveis trazidos das roças em aproximadamente 250 cestas camponesas que foram distribuídas em cinco comunidades.
Quatro delas já foram beneficiadas pela campanha “Repartir a terra, partilhar o pão” no ano passado: Imaculada Conceição, no bairro de Jacintinho; Igreja Batista da Grota da Alegria, no Benedito Bentes; e o terreiro Abassá de Angola Ota Balé, na Cidade Universitária; nas periferias de Maceió; e a Área Pastoral Nossa Senhora de Fátima, no município de Rio Largo. Além dessas, as cestas de alimentos agroecológicos foram destinadas para o projeto Horta, realizado pelas Religiosas Pobres Filhas da Visitação de Maria, na Ilha de Santa Rita, que acolhe crianças em situação de rua.
Mãe Vera, Iyalorixá da Abassá de Angola Ota Balé – Casa de Resistência, explicou que trabalha com o povo da comunidade e a solidariedade é importante para as pessoas mais carentes. “Todos nós precisamos dessa ajuda, desse apoio, desse ombro amigo, que se não for assim, como vou ajudar o povo? Não existe cartão, não existe dinheiro que supere a ajuda. A ajuda é sempre bem-vinda”, disse a líder. Lá, o menino Darcy, aos seus 4 ou 5 aninhos, fez questão de conceder uma entrevista, quando questionado a razão de estar ali, disse: “Para comer comida, na casa da Vera, do barracão da Vera!”.
Em Rio Largo, o Padre Raul, agradeceu a CPT pelo que considera um ato de comunhão: “Nós que fazemos a Área Pastoral Nossa Senhora de Fátima queremos agradecer a CPT nesse ato de comunhão de partilhar os dons do campo com quem está aqui na cidade. É uma graça de Deus. São 46 anos de CPT nacional. Que Deus abençoe a CPT nacional, a nossa diocesana e toda equipe!”, falou.
Cada cesta camponesa continha coco verde, coco seco, farinha, feijão, cana caiana, macaxeira, banana, laranja, maracujá, limão, farinha, feijão, milho e abóbora. As sacolas pesavam entre 15 e 20kg. Assim, pode-se concluir que foram doadas em torno de 5 toneladas de alimentos.
Os produtos vieram das comunidades dos assentamentos Irmã Dorothy e Margarida Alves, situados no litoral; acampamentos Bota Velha e Santa Cruz e assentamentos Rio Bonito e Dom Hélder Câmara, na zona da mata; e dos assentamentos Todos os Santos e São Francisco, no sertão alagoano.
Enquanto a pandemia, agravada pela política genocida do governo Bolsonaro, segue tirando vidas e causando dor, as comunidades levam mais saúde e esperança para quem mais precisa.