Entre os dias 11 e 13 de agosto, 395 cestas camponesas foram doadas para famílias em situação de vulnerabilidade socioeconômica em Alagoas. No total nove diferentes organizações sociais receberam aproximadamente 7 toneladas de produtos agroecológicos vindos de comunidades de acampamentos e assentamentos da luta pela terra do litoral, zona da mata e sertão do estado.
A ação de solidariedade faz parte da campanha motivada pela Comissão Pastoral da Terra Nordeste 2 (Alagoas, Paraíba, Pernambuco e Rio Grande do Norte) em referência à passagem do Dia do Agricultor e da Agricultora Rural, celebrado em 25 de julho, e foi realizada por meio de parcerias locais e apoio internacional. O objetivo foi refletir a importância do trabalho das agricultoras e agricultores rurais e da agricultura familiar para a sociedade.
Na capital, cestas foram entregues ao Comitê dos Povos da Lagoa, à Paróquia Imaculada Conceição, à Comunidade Irmã Dulce dos Pobres, à organização espírita Nosso Lar, à Igreja Batista da Grota da Alegria, ao Terreiro Abassá de Angola Ota Balé e à Cozinha Solidária do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST).
De acordo com Samuel Drummond, educador popular que integra o Comitê dos povos das Lagoas e o Movimento das Trabalhadoras e Trabalhadores por Direitos (MTD), a doação chegou num momento em que a cidade passa fome. Para ele, o campo, com solidariedade de classe, salva a vida do povo com alimentos saudáveis, sem agrotóxicos. “Essa articulação entre o campo e a cidade nesses momentos de crise econômica fazem toda diferença. Muita gratidão à Comissão Pastoral da Terra e que a gente continue nessa relação tão importante”, disse.
Em Rio Largo, à Área Pastoral Nossa Senhora de Fátima ficou responsável pela distribuição das cestas camponesas. Em Marechal Deodoro, o Centro de Formação Santa Rosa de Lima recebeu os alimentos para crianças e adolescentes em situação de rua e vulnerabilidade social.
As doações, segundo Irmã Joana Ambrósio, do Centro de Formação Santa Rosa de Lima, ajudam muito. “É importante para nós porque estamos com recursos precários. Recebemos verduras, frutas e raízes, farinha. Tudo isso vai garantir refeições mais saudáveis para as crianças e para nós também”, relatou a religiosa.
A instituição é uma casa abrigo onde moram meninos e meninas, a maioria encaminhada pelo judiciário em razão de abandono nas ruas, negligência e displicência por parte dos pais. Muitos vêm de famílias desestruturadas pelo álcool e pelas drogas.
Nesse momento, o Centro de Formação está em campanha de arrecadação de alimentos e material de limpeza, mas também pedindo doações financeiras para arcar com as despesas. Para ajudar, é possível visitar o espaço através do agendamento por telefone (82) 3260-6110 ou celular 99942-1546. O abrigo é localizado no Povoado Barra Nova II – s/n – Barra Nova.
As doações referentes ao Dia do Trabalhador e da Trabalhadora Rural e ao Dia Mundial da Agricultura Familiar contaram com o apoio da CPT Nacional e de entidades de cooperação internacional, como a Misereor, a Missão Central e BMZ.