Por: Gabriel Messias / Pascom Arquidiocesana
Na madrugada da última transição de semana, entre os dias 22 e 23 de setembro, ocorreu a 31ª Romaria da Terra e das Águas. Centenas de romeiros, vindos do litoral ao sertão, marcaram presença neste evento organizado por várias pastorais sociais junto com a Arquidiocese de Maceió, a saber: Comissão Pastoral da Terra (CPT), Conselho Indigenista Missionário (CIMI), Comunidades Eclesiais de Base (CEBs), Pastoral da Juventude do Meio Popular (PJMP) e o Centro de Estudos Bíblicos.
O momento foi realizado na Paróquia São José Operário, situada em Fernão Velho. A concentração começou por volta das 21 horas em frente à Igreja de Nossa Senhora da Conceição, situada no bairro Rio Novo. Um breve momento de oração foi realizado antes das animações com a dupla Gogó e Zé Pinto. Entre uma música e outra, houve ref
lexões que evocavam o tema da Romaria: “Lagoa Mundaú, fonte de vida: água e alimento”.
Carlos Lima, coordenador da Comissão da Pastoral da Terra, explica o sentido do momento. “Esta romaria não é dirigida a um santo em específico, mas a uma causa. Neste ano, decidimos tratar da questão da água. Lembra
mos que a terra é uma questão com a qual a nossa Igreja se preocupa muito, tanto que há vários documentos da CNBB lançando esta preocupação uma vez que sempre lembramos a concentração da terra nas mãos de poucos. A outra situação que lembramos é a água, mais especificamente sobre a lagoa Mundaú: é uma fonte de vida que está sendo cada vez mais castigada tanto pela sanha dos ‘grandes’ quanto da própria população, que a poluem constantemente sem o menor sinal de preocupação com este bem que nos é tão precioso”, disse Carlos.
PROGRAMAÇÃO
Após este primeiro momento de animação e reflexões, houve uma caminhada até a praça principal de Fernão Velho. Durante a caminhada, houve três paradas: um momento para ouvir um pescador, o sr Noel, habitante da região que falou sobre a situação da lagoa; na segunda parada, a juventude camponesa falou sobre lagoa e trabalho; e, na terceira parte, a juventude ligada ao Movimento Sem Terra fez uma reflexão sobre trabalho e terra.
Continuando a Romaria, houve a celebração da Missa em frente à Igreja Matriz da Paróquia de Fernão Velho. Em seguida, os romeiros se dirigiram ao local de encerramento da Romaria com uma partilha de sururu e dos pães. Segundo Rosário de Fátima, integrante das Comunidades Eclesiais de Base, este momento ficou sob o encargo das CEBs a fim de lembrar o momento da multiplicação dos pães e dos peixes.
O padre Marivaldo da Conceição, pároco local, fala da satisfação em acolher os romeiros após completar setenta anos de criação da Paróquia. “Fico muito feliz porque não apenas é a realização de um desejo meu desde o ano
passado, quando nossa paróquia completou setenta anos, mas também porque vimos acolhimento da proposta da Romaria por parte da comunidade paroquial. Muitas pessoas daqui participaram da Romaria no ano passado e abraçaram a ideia de termos uma na nossa Paróquia. Então, eles trabalharam muito para ver essa romaria ocorrer e esperamos que todos os participantes gostem do que preparamos porque tudo o que estiver sendo tratado aqui é o que todos mais queremos: uma sociedade justa e fraterna”, disse o padre.