De Pé a Mãe dolorosa!

Por: Mons. Rubião Lins Peixoto

O título acima leva-nos à sequência da Missa de Nossa Senhora das Dores redigida na idade média, também chamada: Stabat Mater. A nossa Redenção em Cristo realizou-se no dilaceramento do corpo do Senhor e no derramamento de seu sangue na cruz. Ninguém contempla a cruz de Cristo sem que à associe a Virgem Maria que experimentou a dor de seu Filho, colaborando assim com a salvação da humanidade. No templo, por ocasião da apresentação de Jesus, Simeão profetizara o sofrimento de sua Mãe, simbolizado pela espada de dor que lhe traspassaria a alma. Tal profecia realizou-se na morte de Jesus Cristo. Foi no Calvário que a fé da Virgem manteve seu vigor. Maria consentiu na imolação de seu Filho como disse o Concílio Vaticano II, no documento LG 58.

 

O nome de Maria em línguas orientais quer significar: ‘’mar de amargura’’. A Mãe do Redentor revela seu coração de Virgem oferente, pois o Cristianismo é a religião da oferenda. Sem oblação, sem sacrifício, nega-se o próprio Cristianismo. Logo, a Mãe do Senhor é a cooperadora maior de Cristo na salvação de todos nós. O Povo de Deus sabe devotar-se a Nossa Senhora das Dores. A Salve Rainha convida-nos a rezar o ‘’gemendo e chorando nesse vale de lágrimas…’’ . Na dor com Maria, Cristo gera a Igreja. Ao Seu povo e ao seu rebanho Ele ainda oferece sua mãe aos nossos cuidados para que ela também cuide de nós. A Virgem continua conosco nesta peregrinação, sendo para nós a mestra da vida cristã. O testemunho dela ensina-nos a compreender o significado da cruz para aceitá-la na obediência da fé. E a Mãe Maria introduz-nos nesse mistério com sabedoria materna e assim trabalha nossas habilidades, começando por fazer-nos sentir o poder salvador de seu Filho.  ‘’Dor compartilhada é dor aliviada. Deste modo, os indefesos, os marginalizados, excluídos, vítimas de uma sociedade que tantas vezes sacrifica a pessoa humana a seus fins e interesses. ’’ (João Paulo). O sofrimento trata de um mistério que está em ação até o fim do mundo e a Senhora das Dores dá-nos coragem para em cada dia tomar-nos esta cruz e ‘’completar no nosso corpo o que falta à Paixão do Redentor’’ (São Paulo).