Marcos Filipe – Pascom Arquidiocesana
Foram empossados durante santa missa no último dia 22 de dezembro, na Catedral Metropolitana de Maceió, localizada no Centro da cidade, os cinco novos cônegos honorários do Cabido Metropolitano e quatro da Diocese de Caruaru (PE). A investidura foi realizada pelo arcebispo metropolitano de Maceió, Dom Antônio Muniz Fernandes, O.Carm. E pelo bispo da Diocese de Caruaru, Dom José Ruy Gonçalves Lopes.
Tratam-se dos sacerdotes da Arquidiocese de Maceió, Bacilon Monteiro da Silva, Fernando Antônio Bezerra Silva, Elison Silva dos Santos, José Aloísio Oliveira da Silva e Valmir Galdino Pães da Silva e da Diocese de Caruaru, os padres Francisco Xavier, Eronildo Manoel, Joé Bartolomeu e Luiz Antônio.
Na celebração, dividida em duas partes, o Côn. Cícero Leite, Deão do Cabido Metropolitano, apresentou à assembleia os novos cônegos.
“No passado, o Cabido tinha uma função administrativa, ele ajudava o bispo no governo da Diocese, da igreja particular. Com o advento do Vaticano II, houve algumas mudanças e o cabido perdeu aquela função administrativa e assumiu a função mais litúrgica, ao serviço litúrgico, o seviço da oração”, nos explicou.
Encerrada a primeira parte da cerimônia, iniciou-se a celebração eucarística, concelebrada pelos pelo Cabido e padres das duas igrejas particulares.
Na homilia, Dom Antônio Muniz, O.Carm., lembrou que este momento é de comunhão. “Nós celebramos, no dia de hoje, com essa unção e recolhimento de Deus espiritual, com esses cônegos que irão servir na nossa Catedral, um traço de fé. Estamos aqui as duas igrejas, celebrando o mistério da comunhão que aponta para a nossa vida pessoal. Somos agora, investidos para ser homens de comunhão, com o arcebispo, um só coração e uma só mente, como deseja os Atos dos Apóstolos. Se não tiver comunhão em nossa Igreja, afetiva e efetiva, com os bispo e com o Papa, um espírito de carinho, respeito, tendo todo esse colorido, mas sendo a Igreja de Cristo”.
E continuou: “Celebramos também o serviço, tudo na Igreja, a Ordem Episcopal, presbiteral, os diáconos, os seminaristas, precisa servir ao povo, eles precisam ser amados, respeitados e não podem ser feridos”.
“Ficamos tão bonitos para celebrar a missa, com tanta coisa, e tem gente que procura mais, e até fica bonito. Santa Catarina de Siena se assombrava com isso tudo. Uma vez ela escreveu ao Papa que os bispo não davam o dinheiro do dízimos aos pobres, mas gastavam com vestes finas que se pareciam mais com damas da corte do que servidores. Precisamos olhar e ser homens do lavar os pés, do serviço, como essa doutora da Igreja nos ensinou”.
Função do Cônego
Também um presbítero, assim como o padre, mas vive sob uma regra que o obriga a realizar as funções litúrgicas mais solenes na igreja catedral ou em um colegiado.
O conjunto dos cônegos forma o Cabido, ou seja, o colégio reunido sob uma mesma cabeça, um chefe ou superior.
Historicamente, a função do cabido de cônegos é a de assegurar o serviço religioso da catedral, colegiado ou igreja a que pertence. Tal serviço inclui não somente a celebração da Missa, mas também e principalmente a Liturgia das Horas.
A partir do Concílio do Vaticano II, parte de suas funções começou a ser compartilhada com uma nova instituição criada pelo Concílio, o Conselho de Presbíteros.
Agradecimentos dos novos Cônegos
Conversamos com o Cônego Valmir Galdino que expressou a sua alegria com a investidura: “A quem muito foi dado, muito será cobrado quem muito foi confiado, muito será exigido. Então a gente se alegra com tudo isso, com toda essa celebração. Lembrando que Nosso Senhor vai acrescentando e a gente tem que ser fiel. Eu continuo padre, continuo sacerdote da Arquidiocese e recebendo esse título, sou chamado ao serviço, essa é a meta”.
O Cônego Elison Silva compartilhou informações históricas durante o agradecimento nacelebração. Ele esclareceu que essa instituição foi estabelecida pelo Papa Leão XIII há 110 anos, por intermédio de Dom Manoel Antônio, e tem sua base na igreja de Maceió. “O propósito principal do Cabido é prestar serviços na sinodalidade, atendendo às determinações litúrgicas e de aconselhamento estipuladas pelo arcebispo”.
Elison destacou a essência do Cabido, identificando-a como o coração de sua finalidade: auxiliar os sacerdotes no esplendor das celebrações sacramentais na catedral, seja na comunhão ou em vivências significativas. Ele ressaltou que a nova composição do Cabido, juntamente com a posse dos novos membros, evidencia o percurso sinodal e espiritual da instituição. Além disso, enfatizou a importância da oração como um serviço essencial que não deve ser negligenciado.
O padre concluiu suas palavras enfatizando a tarefa de redescobrir a importância da oração, expressando a necessidade de exercer o serviço da caridade pastoral em conjunto com a Igreja. Por fim, agradeceu ao bispo por tê-los escolhido e aos membros que os acolheram neste compromisso significativo.
O Padre Luiz Antônio, da Diocese de Caruaru, enfatizou que o Cabido, na atualidade, se destina à promoção da beleza na celebração da liturgia da igreja. Ele ressaltou que essa finalidade é a principal responsabilidade, alicerçada na ética de zelar pela catedral e pela casa de Deus. Contrapondo a ideia de que essa função é menos nobre do que no passado, o Padre Luiz Antônio sugeriu que, na verdade, é ainda mais nobre, pois implica o zelo, o respeito e o decoro pela casa de Deus. “Uma responsabilidade compartilhada não apenas pelos padres, mas também pelos leigos”.
O padre concluiu destacando que a tarefa de zelar pela Casa de Deus é uma missão que transcende o povo de Deus, sendo, sobretudo, uma responsabilidade central do Cabido Metropolitano.