Arcebispo realiza catequese sobre o Natal e Ano Jubilar

Na ocasião, Dom Beto explanou para os fiéis importantes temas para a construção da fé e da vida Cristã, como o próprio Natal, a esperança, a vida, a indulgência e também falou sobre o Jubileu.

Por Mariane Rodrigues | Setor de Comunicação

(Fotoss: Lais Sandes | Pascom Arquidiocesana)

O arcebispo metropolitano, Dom Beto Breis, realizou a sua primeira catequese na Arquidiocese de Maceió e uma  presidiu a Celebração Eucarística que aconteceram na Igreja São Gonçalo, localizada no bairro do Farol, no último sábado (21). Esse foi o quarto sábado do Advento, antecede ao Natal e ao início do Ano Jubilar. O padre Elison Silva, pároco da Catedral, esteve presente e atendeu aos fiéis em confissão.
Na ocasião, Dom Beto explanou para os fiéis importantes temas para a construção da fé e da vida Cristã, como o próprio Natal, a esperança, a vida, a indulgência e também falou sobre o Jubileu, cuja abertura do evento católico acontece no próximo dia 24 de dezembro, pelo Papa Francisco, em Roma, e dia 29 na Arquidiocese de Maceió.
A catequese durou uma hora e havia um número considerável de fiéis na capela. Além de ouvir as palavras do arcebispo, fizeram perguntas, tiraram dúvidas. Outros acompanharam ainda a celebração, ao vivo, pelo Instagram. Ela foi gravada e pode ser revista no canal do YouTube da Arquidiocese.
O momento proporcionou uma reflexão sobre o Natal. A palavra que a Igreja designa para esse período em que se celebra o nascimento de Cristo, a vinda de Senhor Jesus sobre a terra, é Mistério, pontuou o arcebispo.
“Mistério é mais do que um milagre. É um mistério de amor, pois ultrapassa capacidade humana de entendimento. O que a gente não entende é mistério. O que a razão não alcança, o amor alcança”, descreve o metropolita.

O Jubileu

Na oportunidade Dom Beto Breis falou sobre o Jubileu e o significado que ele carrega para o cristianismo, sendo um ano especial para a Igreja. Foi com o Papa Bonifácio VIII, em 1300, que o primeiro jubileu foi proclamado. “Era um tempo que ninguém plantava, a terra descansava. Quem estava devendo era perdoado. Quem tinha perdido a sua terra, a terra era devolvida. Havia um senso de justiça na celebração do ano jubilar. Tá lá no livro do Levítico”, ressaltou o arcebispo.
Segundo o metropolita, já no antigo testamento foi proposta uma ocasião para restabelecer a correta relação com Deus e as pessoas. “Implicava a remissão de dívidas, a restituição de terrenos arrendados e o repouso da terra. Esse era um Jubileu no antigo testamento, tradição anterior a Jesus Cristo”, relembrou ele.

O Jubileu foi instituído para ser o ano de redenções, acrescenta Dom Beto. No qual se experimenta a santidade de Deus. “Nos transforma”, enfatizou ele. No início, o Jubileu era para ocorrer a cada 100 anos. Mas em 1343, com o Papa Clemente VI, esse período passou a ser celebrado a cada 50 anos. Foi somente em 1.470, com o Papa Paulo II, que o ano jubilar entrou no calendário cristão a cada 25 anos e assim ocorre até os dias atuais.

“A cada 25 anos a igreja celebra um ano Jubilar, que é para ser o ano da Graça. Uma grande oportunidade de a gente celebrar, reavivar o dom da fé, a partir do mistério central, da nossa redenção em Cristo Jesus”, ressaltou o arcebispo.

Ele lembrou ainda a passagem do Evangelho segundo Lucas, já com a presença de Jesus na sinagoga, em Nazaré. “Jesus vai à sinagoga de Nazaré, abre o bolo do livro que era feito com o couro. Começa a proclamar o texto de Isaías 61: o espírito do senhor está sobre mim, ele me ungiu para anunciar a boa nova aos pobres, proclamar a redenção aos cativos, a vista aos cegos, restituir a liberdade aos oprimidos, proclamar o ano da Graça do Senhor, o ano jubilar”.

Esperança

Durante a catequese, o arcebispo também falou sobre a esperança. Um sentimento que faz o fiel exercitar a paciência, tal como é Deus, paciente.
“Tudo hoje tem fast food, self service. Até para comer tem pressa. Como criar também em nós uma capacidade de esperar, e ter paciência? A esperança está profundamente ligada à paciência. Deus é paciente. Ai de nós se Deus não fosse paciente, e nós às vezes somos impacientes”, elenca o arcebispo.

Para ele, a esperança não depende de circunstâncias externas, mas sim da relação que o homem tem com Deus. “A gente se decepciona [com os fatores externos]. A gente tem uma esperança que é em Deus. Ele, por vezes cala, silencia, mas jamais se ausenta, jamais se afasta. Jesus é Deus conosco, essa certeza que ele desceu para ficar no meio de nós”, reforça o líder religioso.

A vida

O arcebispo aproveitou o clima de Natal para refletir sobre o respeito e o direito à vida, desde a sua concepção, até para com aqueles que já nasceram, especialmente os mais vulneráveis.
“Na concepção já é uma vida. É alguém que está se formando e tem direito inalienável à vida. defender a vida dos nascituros é algo que deve ser irrenunciável. Mas também defender a vida de quem nasceu: os encarcerados, os doentes, os imigrantes, os empobrecidos, os idosos, os jovens, aqueles que têm direito à terra, que têm direito ao trabalho, há tantas situações”, enfatizou o metropolita.

Indulgência

Por último, o arcebispo levou aos fiéis presentes o significado da indulgência para o espírito cristão. Ele lembra que essa palavra está ligada à confissão, à peregrinação, à participação ativa das celebrações eucarísticas.

“No decorrer do ano você pode fazer a peregrinação. Vai a um desses três locais na nossa Arquidiocese. Vai lá, se confessa, uma boa confissão, participe ativa e plenamente da celebração eucarística, depois da missa. Durante a missa, na hora das preces, reza o Pai Nosso, a Ave Maria, na intenção do Papa Francisco. Ali já há a indulgência. Não só recebeu o perdão dos pecados, mas também foram apagadas as manchas”, orientou Dom Beto Breis.
Ele finalizou o momento com um poema de Cora Coralina, uma poetisa que fazia doces em Goiás e teve seu primeiro livro publicado aos 76 anos de idade. Para ele, os versos citados durante a catequese têm significados para o Jubileu.

“Ela tem uma sabedoria. Vamos nessa frase dela: ‘É que tem mais chãos nos meus olhos, do que cansaço nas minhas pernas. Mais esperança nos meus passos, do que tristeza nos meus ombros. Mais estrada no meu coração, do que medo na minha cabeça’. Tem muito a ver com Jubileu: chão, pernas, estrada, peregrinação, e, ao mesmo tempo, esperança”.

Baixe aqui o PDF da reflexão da CATEQUESE >>   Decreto Jubilar 2024