A noite desta Quarta-Feira Santa (17) foi marcada pelo o Ofício das Trevas na Catedral Metropolitana Nossa Senhora dos Prazeres, no Centro de Maceió. O arcebispo dom Antônio Muniz, O.Carm., presidiu o rito que medita o sofrimento da Paixão e Morte de Jesus. Padres, seminaristas e os fiéis participaram da celebração.
O Ofício das Trevas proporciona, dentro da Semana Santa, um momento profundo de reflexão do mistério de Deus, como recorda monsenhor José Augusto, vigário-geral da Arquidiocese. “É de uma importância muito grande o Ofício das Trevas, porque esta noite nos introduz na experiência de uma maior intimidade, do silencio numa noite despojada em preparação para o Tríduo Pascal. Requer de nós a escuta para enxergar o grande sentido”, disse o sacerdote.
De tradição antiga, o rito apresenta momentos de silêncio, recitação de salmos, leituras e cantos. O candelabro atrai os olhares durante gestos cheios de significados. Nos momentos finais, com apenas uma vela acesa, há um grande barulho que lembra a desordem que sucedeu na natureza com a morte de Jesus.
“São 15 velas que ao passo em que vai se meditando os salmos e proclamando as leituras as luzes vão se apagando, restando apenas a que simboliza Jesus Cristo. Essa luz sai do menorá e é levada para trás da cátedra, mostrando que pelo pecado os homens se fecham para Deus e esta luz salvadora é expulsa do mundo, Cristo morre e o mundo faz a opção pela maldade. No entanto, as trevas não tiveram a última palavra, mas a vida. A celebração nos aponta para a Luz, que brilhará na manhã vitoriosa da Páscoa do Senhor”, explicou o seminarista Sérgio Ricardo.
A catequista Fernanda Lima , da Paróquia São Paulo Apóstolo, no Salvador Lyra, sempre participa do Ofício e acredita que os detalhes enriquecem o entendimento sobre o tempo o qual a Igreja vive: “Ele reflete as agonias de Jesus e a traição de Judas, então é de extrema importância que a gente perceba isso para poder viver melhor o Tríduo Pascal e entender a grandiosidade da Semana Santa. Não é algo que acontece sempre, mas uma vez ao ano e por isso vale ainda mais a pena refletir e participar”.
Emocionada no final da celebração, Francisca Teixeira, da Paróquia Nossa Senhora do Carmo, no Salgadinho, partilhou que cada momento provoca uma maior reflexão da fé cristã. “É um momento sublime, pois nos recordamos o sofrimento que Cristo passou e que não há nem palavras para descrever o que ele viveu e o significado do seu amor. Tem o silêncio, a meditação, a introspecção de cada um participante e a mensagem de que Ele morreu por nossos pecados e infidelidade. Com certeza é um meio muito rico que nos prepara para a Páscoa”, refletiu a fiel.
Thiago Aquino/Pascom Maceió