A Comissão de Pastoral da Arquidiocese montará uma programação para o triênio, 2018-2020, com base nos pontos discutidos e sugeridos na Assembleia 2017
**Por Marcos Filipe Sousa e Micheliny Tenório – Comunicação Arquidiocese de Maceió
O Clero, representantes das Paróquias e diferentes Pastorais da Arquidiocese de Maceió participaram da XXVIII Assembleia Arquidiocesana, realizada nos dias 14 e 15 deste mês no Colégio Santa Madalena Sofia, no bairro do Farol.
Na solenidade de abertura, representantes das Áreas e Setores que compõem as paróquias da Arquidiocese fizeram uma entrada especial com elementos de identificação da cultura e economia das localidades onde se encontram as diversas paróquias.
Dom Antônio Muniz Fernandes, O.Carm., arcebispo de Maceió, falou sobre o desafio em manter uma igreja viva e lembrou compromissos já acordados com os fiéis.
“Ressalto os compromissos que devemos cultivar: não falar mal de ninguém; perdoar a quem nos ofende e não guardar inveja no coração. É um exercício diário na busca da santidade”, lembrou Dom Antônio.
O arcebispo destacou o centenário arquidiocesano, que será em 2020, ao falar sobre o desafio de se chegar a 100 paróquias na Arquidiocese e recordou que já são 82 Paróquias e 16 Quase-Paróquias.
“O desafio de manter-se uma igreja viva é um aprendizado diário. Estamos nessa caminhada rumo as 100 paróquias, desafio que abraçamos em nome de uma igreja que deve se manter viva. Uma assembleia desse porte confirma que somos eternos aprendizes e assim devemos ser missionários orantes”, refletiu Dom Antônio.
Em seguida foi realizada a primeira exposição da assembleia com o tema “Um olhar rumo ao Centenário”, feita pelo professor e historiador Álvaro Queiroz.
O professor fez uma retrospectiva histórica sobre o início da Igreja Católica em Alagoas ao falar sobre a Missão de Porto de Pedras, datada do século XVI.
“Essa missão, iniciada no ano de 1596, foi liderada por Frei Antônio de Campos, que juntamente com um grupo de franciscanos catequizaram índios potiguares de etnia tupi. Isto foi o marco inicial da cristianização em Alagoas”, explicou Álvaro.
O professor também destacou a contribuição dos padres Jesuítas para o sistema educacional brasileiro, avançando até os dias atuais, evidenciando a evolução cristã em Alagoas ao longo de 400 anos de evangelização.
A manhã do segundo dia foi marcada pela exposição do tema “Uma Igreja em Saída”, e contou com a participação de três convidados que expuseram sobre os rostos Orante, Samaritano e Missionário de nossa Arquidiocese.
Irmã Gelda Zorzo foi a primeira a falar e usou palavras do Papa Francisco para expor o braço Orante da Igreja. “O seu primeiro discurso, em um gesto de humildade, foi abaixar-se e pedir que o povo rezasse por ele”, recordou a eleição do Sumo Pontífice. “Esse gesto marca seu pontificado. O que ele nos pede? Uma Igreja Orante”, completou.
A irmã Gelda lembrou que em tempos de uma sociedade que valoriza as exterioridades, ser uma pessoa de oração é se aproximar da fragilidade e ao mesmo tempo da verdade do Evangelho. “A oração nos prepara para a verdadeira missão, nos dizia João Paulo II”. E completou sua fala lembrando-se do significado do centenário da Arquidiocese. “É uma proposta de conversão e aproximação dos pequenos, simples e pobres”.
O braço Samaritano ficou sob a responsabilidade do Diácono Paulo Gomes. Com seu jeito irreverente, ele lembrou que somos chamados a testemunhar Jesus Cristo. “Assumimos a nossa responsabilidade de batizados em dar continuidade à obra de Jesus”.
Recordou as palavras do Papa Francisco quando disse que a Igreja “é a casa Paterna”: “Não devemos ter medo de ir aos nossos irmãos, ferir os pés, sair de si mesmo e encontrar o outro”. E completou: “O amor ajuda a regenerar, curar as feridas, e não julgar aqueles que se afastaram da Igreja”.
Finalizou explicando que “os pobres são os destinatários e privilegiados do Evangelho”.
Por fim, padre Elison Silva encerrou a atividade, expondo o rosto Missionário da Igreja em Saída. “Lembremos-nos do tempo de Francisco, enquanto cardeal na Argentina. Ele já dizia que a Igreja precisava sair de si mesma para as periferias existenciais da humanidade”.
Ele destacou a força da Palavra na missão e a urgente renovação eclesial. “É inadiável. Acima de tudo com criatividade para esses novos ambientes de Evangelização que estão surgindo”.
Grupos discutem instrumento de trabalho
Os participantes se dividiram em grupos durante à tarde do segundo dia de encontro. Eles discutiram o instrumento de trabalho que continha ações de preparação para o centenário da Arquidiocese.
O material trouxe propostas de atividades nos seguintes eixos: Celebrar o Jubileu, Pastoral de Conjunto, Formação de Agentes, Renovar a vida das Paróquias e Áreas Missionárias e Transformação da Sociedade.
Com o material em mãos, os grupos tinham que destacar quais os pontos que contemplam as verdadeiras necessidades da Arquidiocese e quais poderiam ser assumidos concretamente.
Após uma hora de discussão, os representantes de cada grupo expuseram os seus destaques, e entre eles, a formação para leigos, a preocupação com as obras sociais da Arquidiocese e maior integração entre as pastorais.
O arcebispo, Dom Antônio Muniz, ouviu atentamente e falou para a assembleia: “É um momento de falar menos e agir mais. Comissões foram formadas para essa renovação pastoral e esperamos que todos abracem e contribuam para a vida de nossa Arquidiocese”.
Todas as conclusões das discursões nos grupos foram recolhidas para a elaboração das orientações finais.
Celebração da missa encerra Assembleia de Pastoral
A XVIII Assembleia Arquidiocesana de Pastoral foi encerrada com a celebração da missa presidida por Dom Antônio Muniz.
Na homilia, do Arcebispo se dirigiu ao Proto vigário-geral, Dom Genival Saraiva de França, e parafraseando o poeta Fernando Pessoa disse: “Valeu a pena? Valeu a pena vir para Maceió?”. E o entregou o microfone para que fizesse a reflexão da celebração.
“É tempo de agradecimento pela grande participação nesta assembleia”, disse ao vê a quantidade de pessoas que ficaram até o final do encontro.
O Proto vigário-geral lembrou que o trabalho está apenas começando e com as diretrizes em mãos é hora de concretizar o que foi discutido. “Os desafios são muitos. Entre eles, a criação das novas paróquias. E para chegar as 100, precisamos investir no clero, nos leigos e nos animadores de comunidades”.
Ele recordou que o acompanhamento de cada atividade proposta será fundamental. “Quando algo não estiver dando certo, é momento de avaliar e buscar soluções criativas para corrigir”.
No fim da celebração, Dom Antônio Muniz agradeceu a participação de todos e da equipe que organizou a Assembleia, passando a palavra para o coordenador geral, Padre Manoel José.
“Queremos agradecer aos coordenadores de área, leigos, religiosas e todos que responderam os questionários e nos ajudaram a formar esse calendário de preparação para o nosso centenário”, disse o sacerdote.
No final, cada área pastoral e setor recebeu a oração oficial do Centenário da Arquidiocese.