[ARTIGO] Francisco, o povo, eu e uma tela de celular

Marcos Filipe Sousa
Jornalista e Agente da Pascom

Fico imaginando o que passou no coração do nosso Santo Padre minutos antes de entrar na Praça de São Pedro vazia. Talvez uma cena nunca vista desde a construção do Vaticano, em 1929. Digo isso, não pelo fato da solidão física na tarde chuvosa desta sexta-feira, dia 27, mas a difícil tarefa de consolar milhões de pessoas preocupadas com a pandemia da covid-19, divididas em diversas telas de computadores, televisões ou de celulares, assim como eu.

Francisco nos mostra que a Igreja de Cristo não é somente composta de muros de concreto e cimento, ela é feita da ligação entre seus membros que na data de hoje, formaram um só coração, elevando suas preces ao Altíssimo, através de câmeras, fibra ótica, redes de wi-fi.

Ele não estava sozinho, tinha eu, você e tantos que aguardavam por esse momento.

O Santo Padre recordou o principio da nossa fé. “Por que vocês estão com tanto medo? Ainda não têm fé?” (Mc 4,40), trecho do Evangelho lido no momento de oração.

Francisco responde essa pergunta de forma prática, indo ficar diante de Jesus Eucarístico. É aos pés Dele que devemos depositar todas as preocupações deste momento que o mundo vive e a esperança de que tudo passará.

Não quero entrar aqui nas explicações sobre sua homilia, deixo isso aos padres e teólogos bem mais instruídos que eu.

Quero apenas relatar que se as paredes caírem, a Igreja vai permanecer viva e de joelhos adorando ao Senhor, em cada membro espalhado pelo mundo.

Rendemos as graças a Deus por todos os profissionais da saúde, da segurança pública, garis, atendentes, caixas de supermercado, motoristas, todos aqueles que estão mantendo os serviços básicos da sociedade.

Em especial no dia de hoje, aos meios de comunicação social, que foram instrumentos de esperança para o mundo.