Maria, memória da Igreja

Por Mons. Rubião Lins Peixoto

A Santíssima Virgem Maria teve papel ativo na comunicação do mistério salvífico e eclesial por meio Espirito Santo. Deus transmitiu a Ela a sua Palavra, então, tem relação única e exclusiva com Deus uno e trino. Um dos maiores teólogos do século XX, Von Balthasar trouxe à Teologia no campo da Mariologia a expressão “Principio Mariano na Igreja”. São Joao Paulo II na sua encíclica Redemptoris Mater apresenta a Virgem como “Memória da Igreja” e recorda a Sagrada Escritura que diz: “Maria guardava tudo em seu coração” (Lc 2, 29).

A Imacularidade de Maria foi um pré-requisito para que o Senhor pudesse realizar o plano de salvação da humanidade. Para Deus tudo é presente, logo, Maria, foi eleita antes da criação do mundo para maternizar a salvação em Cristo. São João Paulo II escreveu: “Maria antecede a Igreja e, ao mesmo tempo é a Igreja”. O Concilio Vaticano II na Lumen Gentium, acrescenta: “Maria é o membro eminente da Igreja”. O escritor lembra que: “Sendo a mulher em quem a Palavra se fez carne e em quem o Verbo que se fez Eucaristia encontrou um lugar novo em seu zelo materno. Maria se torna a Igreja que media a graça trinitária” (Brendan Leahy).

Ela é a nossa “porta” para o céu, muito mais do que Pedro que é apenas o guardião da fé. Von Balthasar falou de dois princípios: o princípio mariano e o princípio petrino. O papel de Maria Igreja é atrair todos nós para Cristo, que é o seu centro. Ele considera que Genesis em 3, 15 e Apocalipse 12 é Maria, baseando-se na Vulgata. A mulher eleita é a mestra da própria Igreja por excelência. Somente na eternidade compreenderemos a fé que a Mãe do Senhor nos transmitiu.

Maria é o ponto de encontro com a Nova Aliança em Jesus Cristo: “Alegra-te filha de Sião” (Sf 3, 14). Torna-se a Igreja personificada, “sem ruga e sem macha, resplandecente de beleza”. São Paulo VI costumava dizer: “É necessário comtemplar Maria na via da beleza”. Deus é a beleza e Maria é a Mulher da Comunhão com Ele, gestando a salvação em Cristo. Em Apocalipse 12 vemos que aquela mulher está entre o céu e a terra e, cuja missão continua entre o tempo e a eternidade. Depois de Cristo Maria acontece na Igreja como figura central. Podemos dizer que Nela se encontra o Paraíso restaurado!