Bispos

Ao longo de mais de um século de história, 10 (dez) prelados foram nomeados para a sé maceioense, sendo 9 (nove) como arcebispos e 1(um) – o primeiro – como bispo. Destes, apenas um não assumiu plenamente as suas funções, apesar de nomeado, em razão de haver falecido. Segue, abaixo, a relação completa com os principais fatos de cada gestão episcopal e arquiepiscopal.

D. Antônio Manuel de Castilho Brandão (1901-1910). Alagoano de Mata Grande, o primeiro bispo tomou posse na Catedral de Maceió, em 23 de agosto de 1901. Durante o seu governo diocesano, foi fundado o Seminário de N. Sra. da Assunção, em 1902, funcionando, provisoriamente, no convento franciscano de Marechal Deodoro. Em 1904, foi inaugurado o prédio do Alto do Jacutinga, na Capital, construído com os esforços do prelado. Ainda na sua gestão, trouxe para Maceió as religiosas Sacramentinas (1904) e os Irmãos Maristas (1905), a fim de trabalharem na área educacional com a formação da juventude feminina e masculina do Estado. Faleceu D. Antônio Brandão, a 15 de março de 1910.

 

Manuel Antônio de Oliveira Lopes (1911-1922). O baiano D. Manuel Lopes tomou posse da diocese por meio de procurador, que constituiu na pessoa do Vigário Capitular, Mons. Jonas de Araújo Batinga. Somente a 12 de abril de 1911, aportou D. Manuel em Maceió, sendo conduzido à Catedral, onde recebeu as homenagens do clero e dos fiéis. Dentre os atos do seu governo destacam-se: a criação do cabido diocesano, a fundação da Obra das Vocações Sacerdotais e a inauguração do jornal católico O Semeador (1913). Na sua gestão, a diocese de Penedo é criada, desmembrando-se de Maceió, em 1916. Mormente o nome da diocese de Alagoas é mudado para diocese de Maceió no ano seguinte; e, em 1920, esta diocese é elevada a arquidiocese. Assim, D. Manuel Lopes foi o primeiro arcebispo de Maceió. Faleceu em 1922.

 

D. Santino Maria da Silva Coutinho (1923-1939). O paraibano D.Santino assumiu a arquidiocese, a 16 de setembro de 1923. Um dos marcos de maior relevo da sua gestão foi a construção do palácio arquiepiscopal, o qual somente ficou totalmente pronto no governo de seu sucessor, D. Ranulpho. Também na sua gestão foi construída a nova escadaria externa da Catedral, em virtude do replanejamento urbanístico do centro da Capital. Ainda merecem destaque no episcopado de D. Santino: a chegada das Irmãs do Bom Pastor (1929); a fundação do Colégio de São José, confiado às Irmãs de Santa Catarina de Sena (1934); a fundação da Casa do Pobre, com o auxílio de Mons. João Batista Wanderley, e a chegada das Filhas de Caridade de São Vicente de Paulo (1931). Faleceu em 1939.

 

D. Ranulpho da Silva Farias (1939-1963). Baiano de Nazaré das Farinhas, D. Ranulpho foi o arcebispo que mais tempo esteve à frente da arquidiocese. Tomou posse, solenemente, na Catedral, a 23 de novembro de 1939. A Ação Católica marca o governo de D. Ranulpho, pelos seus esforços em instalá-la e desenvolvê-la na arquidiocese. A 1ª Semana de Ação Católica realizou-se em 1943. Contou com a erudição e a eloquência do então bispo de Garanhuns, D. Mário de Miranda Vilas Boas. Em 1944, realizou-se a 2ª Semana de Ação Católica, presidida por D. José Delgado, que, com bastante proficiência, aprofundou as grandes questões religiosas de então. Em 1945, promoveu o Congresso Eucarístico Provincial de Ação Católica, encerrado, solenemente, a 15 de novembro. Ainda no seu episcopado, D. Ranulpho criou 12 (doze) paróquias e ordenou 32 (trinta e dois) padres. Faleceu a 19 de outubro de 1963.

D. Adelmo Cavalcante Machado (1963-1976). O alagoano D. Adelmo Machado, primeiramente foi designado pela Santa Sé para a função de arcebispo coadjutor com direito à sucessão da arquidiocese de Maceió, tendo assumido em 29 de novembro de 1955. Somente em 1963, com o falecimento de D. Ranulpho, tomou posse como titular desta arquidiocese. Além de ter participado ativamente do Concílio Vaticano II (1962-1965) e procurado por em prática as determinações conciliares, D. Adelmo criou o Museu de Arte Sacra, fundou a Casa de Nazaré, a Casa das Irmãs da Cruz, o Centro Social Rural da arquidiocese, a Escola de Serviço Social Pe. Anchieta,construiu o edifício D. Antônio Brandão, instalou a Rádio Educadora Palmares, instituiu a adoração eucarística na Igreja do Rosário e trouxe para Maceió as Religiosas da Instução Cristã, que fundaram o Colégio Santa Madalena Sofia (1966).

D Miguel Fenelon Câmara Filho (1976-1984). Cearense de Quixeramobim, D. Miguel Câmara assumiu, inicialmente, em 1974, como bispo coadjutor e administrador apostólico “sede plena”. Somente em 1976, após a renúncia de D. Adelmo, tornou-se arcebispo titular de Maceió. D. Miguel criou 9 (nove) novas paróquias na arquidiocese. Além disso, são ainda contados entre os feitos marcantes de sua administração: realização de 10 (dez) assembleias arquidiocesanas e elaboração de 5 (cinco) planos pastorais; implantação do ensino religioso nas escolas da rede oficial; fortalecimento do movimento evangelizador do Natal em Família; criação de inúmeros centros comunitários; incentivo à pastoral das favelas; criação da Associação de Proteção e Assistência Carcerária (APAC); reabertura do Seminário Maior, com os cursos de Filosofia e Teologia; construção do prédio para abrigar os seminaristas estudantes de Filosofia e Teologia; e realização do Ano Missionário, em 1983. No ano de 1984, D. Miguel Câmara foi transferido para a arquidiocese de Teresina, no Piauí.

D. José Lamartine Soares (1985). Na Páscoa de 1985, a Santa Sé nomeou o 6º arcebispo de Maceió: o pernambucano D. José Lamartine, que fora bispo auxiliar de Olinda e Recife. Todavia, acometido de um neoplasma maligno, faleceu antes de assumir a arquidiocese, em agosto de 1985.

 

 

 

D. Edvaldo Gonçalves Amaral (1986-2002). A Santa Sé escolheu para ocupar o sólio arquiepiscopal de Maceió o pernambucano D. Edvaldo Amaral, da congregação dos Salesianos, que exercia suas funções como bispo de Parnaíba, no Piauí. Ele tomou posse, na Catedral, em 12 de janeiro de 1986. À frente da Igreja de Maceió, D. Edvaldo convocou e presidiu o 1º Sínodo Arquidiocesano, com a finalidade precípua de incrementar a vida pastoral desta Igreja particular. Profundamente preocupado com a enorme carência de padres nas Alagoas deu-se por inteiro à Obra das Vocações Sacerdotais, organizando a Comissão Arquidiocesana de Ministérios e Vocações e garantindo o funcionamento do Seminário com os cursos de Filosofia e Teologia. Além disso, realizou uma grande reforma no prédio do Seminário Metropolitano e conseguiu trazer para a arquidiocese vários sacerdotes e religiosas. Ainda na sua gestão, ocorreu a visita de Sua Santidade, o Papa João Paulo II, a Maceió, em 1991.

D. José Carlos Melo (2002-2006). Natural da cidade de Codó, no Estado do Maranhão, é sacerdote da congregação religiosa dos Lazaristas, fundada por São Vicente de Paulo. Inicialmente, como coadjutor, assumiu a reitoria do Seminário Provincial de Maceió, até que, em 2002, tomou posse como titular da arquidiocese. Como arcebispo, criou novas paróquias para dinamizar a vida pastoral, incentivou e incrementou a obra das vocações sacerdotais e solenizou a festa de Nossa Senhora Aparecida com a celebração das Jornadas de Maria.

 

D. Antônio Muniz Fernandes, natural de Princesa Isabel, na Paraíba, e membro da Ordem do Carmo, é o atual arcebispo, que assumiu a arquidiocese desde 2007. Preocupado com a escalada alarmante da violência no Estado, o arcebispo instituiu as Missas pela Paz, celebradas mensalmente na Catedral, com ampla participação das comunidades e com a presença de autoridades civis e militares. Ante o avanço assustador do narcotráfico nas Alagoas e o aumento considerável de dependentes químicos, D. Antônio fundou a Fazenda da Esperança Santa Teresinha, cujo objetivo é acolher dependentes químicos e recuperá-los. A Pastoral Social é um imperativo no episcopado de D. Muniz. Ele organizou a Casa do Servo Sofredor, está realizando notáveis mudanças na Casa do Pobre, no Vergel do Lago, e vem dinamizando Juvenópolis. Ao mesmo tempo, tem incentivado o trabalho de evangelização e educação da fé do Povo de Deus com a realização das Missões Populares em todas as Paróquias da arquidiocese.

Dom Carlos Alberto Breis Pereira, OFM, catarinense de São Francisco do Sul, Dom Beto, como é carinhosamente chamado, nasceu em 16 de setembro de 1965 e é frade menor franciscano desde a década de 1980. Ele ingressou na Província Franciscana da Imaculada Conceição e fez o noviciado. Depois, se transferiu para a Província de Santo Antônio do Brasil, no Nordeste, onde emitiu a profissão religiosa como frade menor franciscano, em 10 de janeiro de 1987. Os estudos de Filosofia foram realizados no Instituto de Teologia do Recife (Iter), entre 1988 e 1989. E a Teologia foi cursada no Instituto Franciscano de Teologia de Olinda (IFTO), de 1990 a 1993. A ordenação presbiteral foi em 20 de agosto de 1994. Dom Beto licenciou-se, ainda, em Teologia Espiritual na Pontifícia Universidade Antonianum de Roma entre 2005 e 2007. No âmbito da sua ordem religiosa, desempenhou diversas funções, como mestre dos professores temporários; secretário provincial da formação e estudos; guardião e definidor provincial; vigário provincial; moderador da formação permanente; coordenador do serviço de formação da Conferência dos Frades Menores no Brasil; e ministro provincial da Província de “Santo Antônio”, com sede em Recife. Também desempenhou a função de pároco durante o ministério presbiteral.