[Artigo]
Por Michael Jonnathan | Diácono da Arquidiocese de Maceió
Eita! Chegou o mês de junho! Qual o motivo para tamanha felicidade? As festas juninas, é claro.
Mas não devemos esquecer de uma coisa: muito mais do que comer milho ou ouvir um forró pé de serra, que por sinal, são coisas boas; fazem parte de nossa cultura, principalmente aqui no Nordeste do Brasil, somos convidados a meditar a vida de alguns santos de nossa Igreja. Um deles, São João Batista, cuja solenidade (Natividade) celebramos no dia vinte e quatro deste corrente mês.
João Batista, aquele que batiza, era primo de Jesus e foi o último dos profetas. No Evangelho de São Lucas (1,59-60), encontramos a seguinte citação: “No oitavo dia, foram circuncidar o menino e queriam chamar o menino pelo nome de seu pai, Zacarias. Sua mãe, porém, disse: ‘Não. Ele se chamará João’.”
Chegando à idade adulta, percebendo que chegara a sua hora o filho de Zacarias e Isabel foi morar no deserto. Lá ele rezou, pregou e fez sacrifícios para que as pessoas se arrependessem de seus malefícios. Começou a anunciar a vinda do Messias; Aquele que salvaria a humanidade de seus pecados. Não demorou muito para ser chamado de profeta (Como anunciado anteriormente); o enviado de Deus. Neste contexto, começou a batizas as pessoas.
Quando batizava, anunciava a vinda do messias. Muitas pensavam que ele era o verbo encarnado. Destarte, o batista, em sua sabedoria afirmava: “João lhes respondeu: ‘Eu batizo com água, mas no meio de vós, está quem vós não conheceis: aquele que vem depois de mim e do qual não sou digno de desatar a correia da sandália’.” (Jo1,1-26-27). E mais adiante, no versículo 34, vai afirmar: “Eu vi, e dou testemunho: este é o Filho de Deus!”
É interessante, como o Evangelista joanino, nos mostra, pelas palavras de João Batista, a idiossincrasia de seu evangelho em relação aos sinóticos. Apresenta-nos uma cristologia mais alta. O batista afirma, desde já, a missão de Jesus. O cordeiro que se imolará para nossa salvação. E quando afirma que dá testemunho dAquele que existia ates dele (versículo 30), aí reverbera sua principal característica, a humildade.
Meus caros irmãos, poderíamos entrar mais na biografia de João Batista, mas fiquemos com o aspecto de sua humildade. Será que em nosso cotidiano, tanto em nosso ambiente de trabalho ou em nossa pastoral, anunciamos o Cordeiro Imolado ou, simplesmente, queremos que nossa imagem fique conhecida pelos homens por causa de nossas capacidades?
Santo Irineu diz que “[…] a vida do homem é comtemplar a Deus.” E João, quando anunciava o Cristo, vivia nessa contemplação. E queria que os homens também passassem por essa mesma experiência. Sabia que se seu anúncio fosse sobre o seu eu, mostrando que ele era a finalidade de sua pregação, estaria fazendo o contrário da vontade de Deus.
Voltando para o assunto das festas juninas, sabemos que neste ano de 2020, infelizmente, celebraremos este momento de forma atípica. Mas temos uma grande oportunidade. A partir de nossos lares, meditaremos a vida de João Batista. Deixemo-nos perder na grandiosidade de Deus. Que, em nós, se manifeste sua imagem. Desta forma, estaremos não só cultivando a nossa alma para o céu, mas ajudando a todos aqueles que convivem conosco, pois seremos testemunhas do céu.
São João Batista, Rogai por nós!