Mesmo com o tempo chuvoso nesta segunda-feira (15), centenas de pessoas se encontraram na Paróquia de Nossa Senhora do Bom Parto, no bairro que leva o mesmo nome, para iniciar a tradicional Via-Sacra do Clero que especialmente este ano levou o nome de “Abraço Solidário”.
Semanas antes, o Arcebispo Metropolitano de Maceió, Dom Antônio Muniz, convocava os fiéis para este momento de solidariedade e apoio aos moradores dos bairros do Pinheiro, Mutange e Bebedouro que estão sofrendo com as rachaduras, afundamento do solo e insegurança pelas suas moradias.
“Estamos aqui para dizer aos nossos irmãos e irmãs que não estão sozinhos, Deus está aqui com eles e nós também”, refletiu no início.
Ele lembrou a incerteza que cerca a população dessas regiões. “Uma palavra de Esperança para este momento difícil. Estão aqui homens e mulheres de boa vontade que levando à cruz de Jesus querem trazer a sua solidariedade”.
Padre Elison Silva, coordenador da Comissão de Teologia do Centenário, explicou sobre a confecção da Via-Sacra e as imagens expostas. “Foi pensado em expor estas imagens, em banners grandes, porque elas revelam situações bem concretas de onde a Igreja experimenta a cruz de Cristo, de onde a Igreja se faz solidária com os mais pobres”.
E completou: “Cada um das estações tem a ideia de mostrar, evidenciar a ação da Igreja que se concretiza de modo particular. Nas obras sociais. Trabalhos específicos de cuidado dos irmãos necessitados”.
A Via-Sacra seguiu pelas ruas do bairro do Mutange até o Pinheiro, onde ocorreram dois momentos significativos.
O primeiro ocorreu na Igreja Batista do Pinheiro, com a participação do Pastor Welligton Santos que seguiu um momento ecumênico com Dom Antônio.
“É muito mais do que uma caminhada penitencial. Onde a Igreja [Católica] para humildemente na porta de uma Igreja Evangélica, historicamente essa relação foi tensionada, é algo que deve nos encher de esperança, e como dizia Dom Helder Câmara, que o Reino de Deus comece aqui. As rachaduras que estão nas casas dos meus irmãos católicos são as mesmas que racham a dos meus irmãos evangélicos”, disse o pastor.
O segundo, na Igreja do Menino Jesus de Praga onde ocorreu um abraço simbólico ao redor da Igreja matriz a pedido do Arcebispo.
“Cheguei à paróquia no dia 1 de janeiro. Desde esse dia estamos dando o apoio moral e espiritual. Diariamente celebramos, atendemos às pessoas e levamos à conscientização de que elas devem lutar por seus direitos, mas também colocando paz nos seus corações”, disse o padre Luiz Calado.
Padre Walfran Fonseca, pároco da Paróquia de Santo Antônio de Pádua, em Bebedouro explicou da união e o apoio entre as paróquias da região. “O apoio tem sido feito a partir da Paróquia do Menino Jesus, no Pinheiro. Padre Calado tem reunido a comunidade, juntamente com as outras Igrejas, e tem dado esse apoio nesse momento tão difícil. A Igreja se faz irmã e companheira nessas horas de dificuldade”.
A caminhada penitencial terminou com a santa missa na Praça Lucena Maranhão, em frente à Matriz de Santo Antônio, em Bebedouro, presidida por Dom Antônio Muniz, e concelebrada por diversos padres.
Após a celebração eucarística foi servido um café da manhã de confraternização para as dezenas de pessoas que participaram dos momentos, leigos, padres e religiosos.
Marcos Filipe – Pascom Maceió