Foi uma solenidade contida, sem os tradicionais tapetes que ornamentam as ruas do Centro de Maceió para a passagem do Santíssimo Sacramento, e da procissão que arrasta milhares de fiéis, mas, envolvida pelo sentimento de Igreja Unida com a presença de Jesus Eucarístico.
Por Micheliny Tenório | Pascom Arquidiocesana
No meio da tarde de do dia 11, a Arquidiocese de Maceió celebrou a Solenidade de Corpus Christi com restrições, seguindo as recomendações dos órgãos de saúde. Na Catedral, com transmissão pelas redes sociais e pela Rádio Imaculada Conceição, Padre Elison Silva conduziu a adoração ao Santíssimo Sacramento e destacou a essência litúrgica para o momento.
“Celebrar, caminhar e adorar. Esta é a dinâmica espiritual que a liturgia na sua sabedoria nos propõe para este dia”, ressaltou o sacerdote.
Nesta mesma data também estaria sendo iniciado o Segundo Congresso Eucarístico Provincial, como parte das comemorações pelo Centenário da Arquidiocese, mas foi adiado para 2021 devido ao momento de isolamento social.
Na adoração a Jesus na Eucaristia, Padre Elison e a equipe de celebração e transmissão presentes na Catedral realizaram leituras bíblicas, sobre as quais o sacerdote refletiu fazendo referência à unicidade da Igreja, e pediu-se pela saúde dos enfermos, especialmente dos acometidos pela Covi-19. O momento também foi de agradecer a Deus pelas bênçãos alcançadas e para pedir a iluminação divina para as ações da Igreja e dos fiéis. Cantos litúrgicos animaram a adoração.
Encerrando o momento, o Arcebispo de Maceió Dom Antônio Muniz conduziu o Santíssimo Sacramento para a entrada da Catedral, onde foi realizada uma bênção solene à capital alagoana.
Solidariedade para falar em Eucaristia
Apos a Bênção solene do Santíssimo Sacramento, teve início a Santa Missa presidida por Dom Antônio, que falou sobre a ação solidária, acompanhado de uma live, ocorrida durante o período da manhã para arrecadar donativos para os moradores de rua assistidos pelos abrigos mantidos pela Arquidiocese, lembrando a missão da Igreja em saída, samaritana e missionária. A celebração foi concelebrada por Dom Genival Saraiva, Vigário-geral da Arquidiocese, pelo cônego Severino Fernando, reitor da Catedral, e pelos padres Elison Silva e Charles Alves.
Em sua homília, o Arcebispo refletiu sobre o mistério de Corpus Christi.
“Celebrar a ceia todos podem fazer, mas, entrar na realidade da Eucaristia, do Corpo e Sangue do Senhor, tem uma profundidade maior. Podemos celebrar mil ceias, se não entendermos essa realidade, da presença viva de Jesus nesse sacramento, não vamos entender o mistério de Corpus Christi. Para muita coisa na Igreja é preciso tempo para a gente ir refletindo”, disse Dom Antônio.
O Arcebispo acrescentou que existem maneiras diferentes para falar sobre a Eucaristia e uma delas ocorreu com a ação solidária, iniciando a solenidade de Corpus Christi este ano.
“O compromisso da Igreja com os mais necessitados, pedindo a solidariedade das pessoas em favor dos moradores de rua é uma forma de falarmos sobre a Eucaristia”, comparou Dom Antônio.
Ao se referir à renovação do decreto dos governos estadual e municipal, o Arcebispo orientou os fiéis a terem paciência para o retorno dos templos abertos e que esta pandemia ensina que Deus está no comando das vidas humanas e que, por isso, todos devem viver este tempo tirando todas as lições possíveis.
Durante a solenidade, fiéis internautas interagiram por meio do chat, seguindo o rito de adoração e da Santa Missa por meio de mensagens compartilhadas, em que a maioria pedia pelo fim da pandemia gerada pelo novo coronavírus e pela cura dos acometidos pela Covid-19.
A Solenidade de Corpus Christi surgiu no século XIII, tendo sido instituída pelo Papa Urbano IV após a celebração de uma missa padre Pedro de Praga, quando ocorreu um milagre eucarístico: da hóstia consagrada começaram a cair gotas de sangue sobre o corporal após a consagração.