Dom Antônio Muniz critica tentativa de aprovação do aborto
Pascom Arquidiocesana com ACI Digital e Vatican News
A Arquidiocese de Maceió lançou a campanha “Supremo Tribunal Federal, seja a favor da vida!” com objetivo de se posicionar contra a tentativa da aprovação do aborto no Brasil no caso de mulheres que foram contagiadas pelo zika vírus. A votação acontecerá nesta sexta-feira (24). Arcebispo, padres, pastorais, movimentos e fiéis têm utilizado as redes sociais para se manifestar contra a medida.
Caso o pedido, que será votado pela Corte Suprema do país, seja aprovado, a prática seria despenalizada sob o argumento de que a incidência do vírus leva ao nascimento de crianças com microcefalia. O julgamento está agendado para acontecer por meio de voto escrito, em Plenário Virtual.
O arcebispo metropolitano de Maceió, durante uma das missas celebradas na residência episcopal e transmitida pelas redes sociais, criticou a tentativa de aprovação do aborto, a atuação do STF diante do assunto e citou Papa Francisco. “Aborto é assassinato, é atentado contra a vida e nós somos contra ao aborto. Mesmo acontecendo na surdina da noite e no escondido, nós não aceitamos essa decisão do Supremo Tribunal Federal, que deveria ser guardião da constituição, da vida e da esperança de nosso povo em todos os sentidos”, disse dom Antônio Muniz Fernandes.
“Queria recordar uma expressão do Papa Francisco sobre o aborto, quando ele fala que é injusto corrigir um problema tirando a vida de um ser humano, mesmo pequeno. É inadmissível que, para resolver um problema, se contrate alguém para praticar a morte. Isso não é justo”, acrescentou o arcebispo.
Nas redes sociais, o clero e os leigos se posicionam contra a medida. A Arquidiocese lançou postagens nas redes socais com o posicionamento da Igreja com relação ao assunto.
CNBB
A presidência da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, a CNBB, se manifestou publicamente no domingo (19) com uma nota crítica entregue como carta pessoal aos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). O documento demonstra a preocupação e a perplexidade dos bispos que, “no grave momento de luta sanitária pela vida, neste tempo de pandemia do Covid-19”, a Suprema Corte paute a votação da ADI 5581.
O documento da CNBB contra o aborto que leva o título de “Em defesa da vida: É tempo de cuidar” se posiciona pela proteção da vida “em todas as suas etapas, desde a fecundação até seu fim natural”, e “em qualquer etapa ou condição em que se encontre a pessoa humana”. A nota reitera que “não compete a nenhuma autoridade pública reconhecer seletivamente o direito à vida, assegurando-o a alguns e negando-o a outros. Essa discriminação é iníqua e excludente; ‘causa horror só o pensar que haja crianças que não poderão jamais ver a luz, vítimas do aborto’”.
A ação protocolada em 2016 é de autoria da Associação Nacional dos Defensores Públicos (ANADEP). Uma eventual legalização do aborto nesses casos abriria precedentes para a liberação da prática em outros casos no Brasil. O aborto é ilegal no país, mas a prática é despenalizada quando de gravidez decorrente de estupro, risco comprovado de vida para a mãe e, mais recentemente, no caso de bebês diagnosticados com anencefalia.