Mons. Rubião Lins Peixoto
O Ano Litúrgico é a celebração dos Sagrados Mistérios de nossa salvação. Deixe-me dizer que o Natal é para mim um tempo especialíssimo. Contemplo Deus Menino e aqueles que comigo convivem sabem que sou profundamente emotivo, quase sempre expressando em lagrimas. O Eterno entrou no tempo quando o anjo anunciou a Maria. “ O Verbo se fez Carne e habituo entre nós”.
A Virgem concebeu e deu a luz (Is 7,14). A divindade revestiu-se de humanidade, pela força criadora do Espirito Santo. Maria Imaculada gerou o Imaculado. São Paulo disse textualmente: “Chegada à plenitude dos tempos Ele nasceu da Mulher” (Gál 4,4). Isto não é apenas lindo, mas admirável. Fico tão admirado desse mistério que gostaria que o Natal não acabasse nunca.
Vamos a Belém para ver o que aconteceu. A cidade está repleta por causa do recenciamento. Não há lugar para a Sagrada Família. Um pouco mais adiante, uma gruta, um estábulo, finalmente uma manjedoura. O que é rico se fez paupérrimo. A concepção da Mãe foi miraculosa e o parto também. No Concílio Vaticano II, no documento Lumen gentium no quarto capítulo sobre a Virgem Maria, os bispos japoneses disseram: “A respeito a virgindade de Maria é preciso evitar entrar em explicações ginecológicas e respeitar o mistério humanamente inexplicável”.
A criança na manjedoura onde os animais comem o feno. Maria de Joelhos adorando seu Filho e seu Deus. José o varão justo, esposo de Maria, também de joelhos, que nos faz como que ouvir a expressão, de Grignion de Montffor: “Salve José, o Senhor está contigo, bendito sóis entre os homens e bento o fruto do ventre de tua esposa Maria”. Acontece o cântico dos anjos, tudo se ilumina, os pastores vieram adorar o seu pastor, finalmente, “o boi e o burro, que conhecem o seu dono e o estábulo do seu senhor, mas Israel nada entende” (Is 1,2).
Noite feliz! Com acomodação do texto de Ezequiel 44, no qual está escrito: “Esta porta permanecerá cerrada, não se abrirá a ninguém, e ninguém há de penetrar por ela, por que Deus por ela entrou e cerrada permanecerá”. Tudo é silêncio na noite santa. Maria destes a luz ao Deus Menino, tal qual o sacerdote o tem nas mãos no momento da consagração.