Por Mariane Rodrigues | Setor de Comunicação
Atendendo a uma convocação do Bispo Dom Beto Breis, a Cáritas Arquidiocesana de Maceió realizou nessa terça-feira (7) uma Assembleia Geral Extraordinária em que aprovou, por unanimidade dos membros presentes, o Estatuto Social do organismo local. Com a presença de Dom Beto, na oportunidade, também foram eleitos a Diretoria e o Conselho Fiscal da entidade.
A Diretoria é composta por Abdizia Maria Barros, como presidente; José Roberto Silva de Lima Junior, como vice-presidente; Maria Sandra Rodrigues, como secretária; e Ana Paula Lima, como tesoureira. Conselho fiscal : Márcia Marina da Silva, Delires Maria Brun e Sérgio Luiz Pires Vieira; Suplentes: Marinete Alexandre Vasco, Maria da Silva Barros Oliveira e Maria Borges da Silva Rodrigues.
Dom Beto Breis externou que se sente feliz com a realização da assembleia, um momento que reorganiza a Cáritas arquidiocesana, dando-lhes maiores condições de realizações na causa social. Ele citou que a compaixão deve nortear as atividades e que ela é o eixo que deve mover cada indivíduo, baseado no exemplo trazido por Jesus Cristo à humanidade.
A palavra Cáritas tem origem do latim e significa Caridade. Institucionalmente, é um organismo fundado no Brasil pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), em 12 de novembro de 1956. No País, teve como precursor nacional Dom Helder Câmara, então secretário-geral da entidade brasileira.
A Cáritas tem ramificações em outros países e desenvolve ações a nível internacional, nacional, regional e local. Ela tem como missão testemunhar e anunciar o Evangelho de Jesus Cristo, além de construir uma rede solidária de ações voltadas para o suporte às pessoas em situação de vulnerabilidade social. Na capital alagoana, a Cáritas chegou em 1982, criada por Dom Miguel Fenelon Câmara, que chegou a ser Arcebispo de Maceió.
Inicialmente, a Cáritas de Maceió foi composta por um grupo de voluntários leigos e leigas, apoiada por cinco padres, em parceria com o então arcebispo, o que contribuiu para a melhoria da qualidade de vida do povo.
Na capital alagoana, a Cáritas foi formalizada em 2008, quando o Arcebispo Dom Antônio Muniz a promulgou, dando continuidade aos trabalhos, marcados à época pelas atividades em relação à economia solidária.
Para o padre Gilvan Neves, que é assessor eclesiástico da Cáritas Arquidiocesana de Maceió, a aprovação do Estatuto durante uma assembleia extraordinária marca um novo momento do organismo na capital e cidades da Região Metropolitana. Segundo ele, cria uma personalidade jurídica e insere seus membros na prática pastoral da Igreja.
Atualmente, a Cáritas arquidiocesana de Maceió dar apoio a venezuelanos refugiados, possui o projeto Tecendo Redes que é ancorado por uma organização internacional, e trabalha ainda no desenvolvimento da economia solidária. Também tem ações juntos aos moradores dos bairros atingidos pela mineração.
A expectativa, segundo Padre Gilvan, é que, a partir deste ano, essas ações sejam fortalecidas.
“A Cáritas é o coração da igreja. É o Ágape do amor. E, para as pessoas que não têm renda há a possibilidade de criação de renda, de emprego, de inclusão social, de acolhimento de estrangeiro como venezuelanos nesse momento, e, sobretudo, de ser essa âncora de esperança, já que estamos vivendo esse ano Santo da Redenção 2025, onde o Papa Francisco nos convida a sermos peregrinos da Esperança”, pontua o padre.
Abdizia Maria Alves foi eleita presidente da Cáritas Arquidiocesana de Maceió. Ela está envolvida com as ações desde 2010, quando houve as enchentes de União dos Palmares, e a Cáritas promoveu ações na comunidade. Naquele ano, por exemplo, ela afirma que recursos da Cáritas possibilitou a construção de um bairro na cidade da Zona da Mata alagoana.
Ela diz que, ser eleita presidente durante a assembleia, significa assumir um compromisso de batismo e que se sente chamada para a missão.
“Vou articular um grupo para que a gente possa fazer um trabalho coletivo, um trabalho colegiado na Arquidiocese de Maceió, sob a coordenação do nosso arcebispo Dom Beto”, afirmou Abdizia.
O vice-presidente eleito da Cáritas, José Roberto, é da Paróquia São João Maria Vianney, no Clima Bom e, por ser historiador, tem uma aproximação com a história da Igreja.
“Participar de todo esse processo é muito importante. A gente precisa registrar esses momentos porque também são históricos e para que as próximas gerações possam conhecer esse trabalho e dar continuidade à Cáritas. Para que esse processo que a Cáritas oferece não seja esquecido e continue desenvolvendo uma sociedade mais justa e igualitária”, afirma José Roberto.
Charles André representou a Cáritas diocesana de Palmeira dos Índios, mas também como representante do Conselho Regional da Cáritas Nordeste 2, que abrange os estados de Alagoas, Rio Grande do Norte, Pernambuco e Paraíba. Ele considera que a assembleia chama o povo para a missão de servir os mais necessitados e levar a palavra de Deus, concretamente, nas ações promovidas pela Cáritas.
“A assembleia deu um rosto à ação da Caritas aqui na Arquidiocese de Maceió, elegendo um grupo que vai assumir essa execução de diretoria, conselho fiscal. Ele vai levar a missão ao encontro dos mais necessitados, que estão nas margens, passando fome, para que possam ter a sua autonomia financeira, às vezes, mas aquela autonomia de reconhecer que você é um filho de Deus e que a missão é toda nossa, não é de alguns, mas é de todos”, diz ele.
Assessor da Cáritas Brasileira Regional Nordeste 2, Daniel Lins destaca que, das 21 dioceses dos quatro estados nordestinos, 18 já possuem Cáritas formadas. “Aqui em Maceió, de forma específica, a Cáritas Arquidiocesana tem uma trajetória longa na história, mas este momento é extremamente importante. A assembleia da forma como foi, com a grande adesão, com a participação muito ativa do arcebispo de Maceió, foi fundamental e marca uma reorganização da Cáritas arquidiocesana”, finalizou ele.