“Ele rompeu as barreiras do tempo e da aposentadoria”. Foi assim que Dom Antônio Muniz iniciou a homilia na manhã desta terça-feira (05) durante a celebração das Exéquias do Cônego Américo Henrique, na Paróquia de Santa Catarina de Labouré, parte alta da capital.
Clero, leigos e religiosas estiveram presentes neste momento de despedida, mas de esperança, como classificou o arcebispo.
“Um dos sacerdotes mais idosos do mundo, com 95 anos de existência e quase 70 de sacerdócio. Isso não é comum em nossa Igreja”, disse.
O chefe da Igreja Particular informou que duas palavras classificam a vida do sacerdote falecido. “Chronos, a cronologia, porque ele rompeu as barreiras da idade, do tempo e até o fim serviu. E a segunda palavra é o Kairós, que agora ele vive para a eternidade, iluminado pela fé que teve enquanto vivo”.
“Ele sempre criou, avançou, construiu igrejas, trabalhou pelo social e se alegrava com cada conquista de sua Igreja”, concluiu.
A celebração da missa continuou e ao final, Padre João Neto, falou. “Lembro Dona Mirion que cuidou até o fim do sacerdote com carinho e respeito”.
“Resumindo a vida do padre Américo em duas palavras: silêncio e simplicidade. Há 27 anos trabalhei com ele, desde o tempo de seminarista há 27 anos, quando evangelizamos a comunidade do Frei Damião, no Benedito Bentes. E esteve aqui comigo sempre na ativa”, colocou.
E depois brincando: “Lembro que em uma sexta-feira da Paixão eu disse que ele não precisava se prostrar. Ainda tentei pegar em seu braço, e perguntei: o senhor vai conseguir se levantar? E ele me respondeu: se eu consigo me ajoelhar, também consigo me levantar, você vai ver!”, riu com a boa lembrança.
No final, as bênçãos foram dadas pelo o arcebispo e o corpo foi para Olho D’Água Seca, povoado próximo a Traipu, onde será enterrado junto aos seus pais.
Marcos Filipe – Pascom Arquidiocesana