Por Mons. Rubião Lins Peixoto | Artigo
Na oração do Credo, assim rezamos: concebido do Espírito Santo e nascido da Virgem Maria. “A Sagrada liturgia assim se expressa: Ao nascer da Virgem não a diminuiu, mas consagrou a sua integridade’’. São João 1,13 escreveu: não foi do sangue, nem da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus e o Verbo se fez carne.” Santo Agostinho fala de um parto admirável. A Mãe delicadamente preparou as faixas que envolveram Deus Encarnado. “Quando um profundo silêncio tudo envolvia e a noite chegava ao meio do seu curso, do alto do céu vossa Palavra Onipotente lançou-se no meio da terra (Sb 18,14-16)’’. A Virgem revestiu o Verbo de natureza humana. Isaías o profeta, já predissera que Ele haveria de vir da Virgem. Os pastores despertados no meio da noite foram a Belém para ver o que lá acontecera. Depois chegarão os magos para adorar O Menino que está nos braços e no colo de sua Mãe.
Incrível que a criatura humana, Maria, cuidara da Divindade como uma frágil criança. Aquele, que de nada precisa, quis livremente precisar da Mulher. A Irmã Miriam na sua sabedoria musical, ensinou-nos que: ‘’ ninguém imaginaria que Deus chamasse mamãe uma mocinha’’. Isto, mais que admirável, é estupendo além dos nossos conceitos humano. Somente a fé nos explica. O Natal é a Divindade que se humaniza e em tudo se faz semelhante a nós, só não no pecado. Aquele que estava enclausurado nas entranhas puríssimas de sua Mãe, agora nos é apresentado por Ela, a qual conduz a Palavra que não fala, mas chora como é próprio de qualquer infante. Quando Ele crescer olhará a Cidade Santa de Jerusalém e chorará mais ainda pelos pecados da humanidade. Maria é a primeira adoradora do Verbo que dela se fez carne. Na espera do nascimento ela adorava sozinha o mistério, mas em Belém, convida a todos nós para ajoelharmo-nos diante dEle.
A Vida que estava no seio do Pai desde toda a eternidade, no tempo, nos é dada por Maria pela força criadora do Espírito Santo. A Mãe envolveu em panos, alimentou com seu leite, cantou-lhe canções de ninar, ensinou-lhe a andar. Ó gruta de Belém, casa do pão, só tu fostes digna de acolher o Pão da Vida com o qual a Virgem nos alimentou na Eucaristia. A noite santa espanta as trevas que se torna clara como o dia. Eis que vos darei um sinal que a virgem conceberá e dará à luz um Filho! (Is 7,14 )