Equipe formada pela Arquidiocese inicia construção de protocolo para reabertura das igrejas

O coordenador da Pastoral da Saúde falou sobre as visitas aos enfermos da Covid-19 aos hospitais.

Por Marcos Filipe Sousa | Pascom Arquidiocesana

(Foto: Carlos Roberto)

A equipe formada na semana passada a pedido do arcebispo metropolitano Dom Antônio Muniz Fernandes, O.Carm., iniciou a construção do protocolo de reabertura das igrejas na Arquidiocese de Maceió. O assunto foi detalhado pelo Padre Cícero Lenisvaldo, coordenador da Pastoral da Saúde e articulador do grupo.

Segundo o sacerdote explicou que as sugestões sugiram dentro do próprio grupo. “Procuramos verificar o plano publicado pela CNBB, as recomendações do Estado para a reabertura das atividades religiosas e os planos já organizados por outras dioceses”.

Ele disse que um esboço inicial foi construído e que está sendo submetido à apreciação do grupo. “A proposta é que, depois de avaliado pelo grupo, o plano seja apresentado ao arcebispo”.

A equipe é formada por médicos católicos, a maior parte da área da infectologia, e por sacerdotes; há também diáconos e leigos representantes dos movimentos. “O objetivo deste grupo é apresentar aos párocos orientações sobre como deverão proceder para organizar o número de pessoas nas celebrações, indicações sobre higienização, cuidados que deverão ser tomados nas celebrações, como realizar os demais Sacramentos”.

“Verificamos que na maior parte das dioceses do Brasil, há uma coincidência no essencial das orientações; acredito que estas dioceses tiveram como base o plano apresentado pela CNBB”, completou.

VISITAS AOS ENFERMOS DA COVID-19 NOS HOSPITAIS DA CAPITAL

Visitas aos enfermos da Covid-19 | Fotos: cortesia)

Padre Cícero Lenisvaldo também falou do trabalho realizado desde o início da pandemia pela Pastoral da Saúde. “Causava certa inquietação saber que não podia dar assistência espiritual aos enfermos com Covid -19. Foi quando surgiu a ideia de fazer a visita com o Santíssimo Sacramento a estes setores do hospital. Para isso, consultei ao arcebispo que tinha determinado que qualquer iniciativa fosse submetida a ele. Verificamos com a Gerência de riscos do hospital como deveríamos proceder. Por recomendação de Dom Antônio Muniz, entramos em contato com a Diocese de Bérgamo, na Itália, para entender algumas questões, uma vez que eles tinham passado primeiro por este problema”

Com os devidos equipamentos de proteção, ocorreu a primeira visita com o Santíssimo Sacramento na Santa Casa, ocasião que causou uma reação muito boa nos enfermos, profissionais de saúde e no povo, por saber desta iniciativa. A partir daí, a pedido de outros hospitais, iniciaram as visitas ao Hospital do Coração, Hospital Veredas, Hospital Unimed, Hospital Medradius. O padre aguarda a confirmação para o Hospital Metropolitano.

“Com a solicitação do Arcebispo para que fosse intensificada a presença da Igreja nesta situação e tendo chegado às orientações da Santa Sé, a qual sugeria que fossem formados grupos de padres para atender esta situação, fizemos um novo passo. Primeiro, solicitamos aos padres que não estivessem nos grupos de risco que voluntariamente se disponibilizassem; depois entramos em contato com os hospitais solicitando a autorização. Até o momento, estão participando desta iniciativa Pe. Bruno, Pe. José Elielton e Padre Rodrigo Rios”, contou.

A cada semana, eles visitam devidamente, equipados com o material de proteção, os enfermos levando os Sacramentos. “Temos também um grupo de leigos que já atuam profissionalmente nestes hospitais e que se disponibilizou a ajudar; a ideia é que eles possam levar a Comunhão aos enfermos que solicitarem nestes ambientes de Covid-19. Eles serão instituídos somente para este período da pandemia”.

O padre falou da experiência pessoal durante esse tempo. “Agora posso fazer o que antes não conseguia e que me inquietava muito: levar os Sacramentos a estes enfermos. Sinto por não ter conseguido chegar até o Pe. Nilton e a outros enfermos que as famílias solicitaram para levar a Unção; naquele momento ainda era recomendado que não entrássemos. Lembro que cheguei somente até a porta da UTI e dei a absolvição dos pecados, como recomendado pela Santa Sé”.

Atualmente as visitas devem ter um tempo limitado. “Mesmo assim, temos o tempo suficiente para administrar os Sacramentos àqueles que solicitam. Ainda que seja uma visita breve, deixa neles a certeza de que não estão sozinhos, de que o Senhor olha para eles. Vejo que se emocionam muito. Sentem-se confortados pela presença do sacerdote”.

O padre teve pouco contato com familiares, mas os que chegaram a manter contato se sentem agradecidos e confortados por saberem da visita do sacerdote. “Quando o enfermo está consciente, ele é consultado se quer ou não receber a visita do sacerdote. Quando o enfermo está sedado é a família que é consultada; até agora, praticamente todas as famílias solicitaram”.

Com os profissionais de saúde, o serviço consiste em rezar com eles e atender aos que os procuram para conversar. “Recordo que nos primeiros casos dentro do hospital, fui chamado algumas vezes para rezar com eles e abençoá-los; havia, de certo modo, muito medo, pois não era claro o que iríamos enfrentar”.