Esta data, conhecida como Quarta-feira de Cinzas, marca o início da preparação para a Semana Santa. Durante a Missa, as cinzas são colocadas na cabeça ou na testa do fiel como sinal de humildade.
Por: Suzana Lima | Pascom Arquidiocesana
A Quarta-feira de Cinzas foi decretada na igreja há muito tempo, e este dia marca o início da Quaresma, um tempo de arrependimento, jejum e oração ainda mais intensa. Para os antigos judeus, sentar-se sobre as cinzas já significava arrependimento de todos os pecados cometidos e o retorno para Deus. As cinzas abençoadas colocadas sobre nossas cabeças nos lembram que vamos morrer, que somos pó, e ao pó voltaremos (cf. Gn 3,19), para que nosso corpo seja levado por Deus de maneira gloriosa para que nunca mais pereçamos.
O propósito deste sacramento é levar-nos ao arrependimento de nossos pecados, lembrando-nos de não nos apegarmos a esta vida, pensando que a felicidade perfeita pode ser edificada aqui. Esta é uma ilusão que nos leva ao perigo. A morada final é o céu e esse deve ser o nosso objetivo.
““Rasgai vossos corações e não as vestes” (Jl 2,13), essa é uma exortação a penitência, ao jejum e a súplica. Repete-se a cada ano esse convite a toda Igreja. As obras de caridade, as nossas orações, as nossas penitências não devem ser proclamadas exteriormente, mas no silêncio do coração a partir do interior de cada um”, salientou o cônego Walfran Fonseca.
Cônego Walfran falou sobre a Campanha da Fraternidade que traz como Tema: Fraternidade e Educação e o Lema: Fala com sabedoria, ensina com amor (Pr 31,26). “Os irmãos são convidados a um gesto concreto do seu jejum, da sua oração e da esmola. E esse gesto concreto se traduz com um diálogo dos diversos setores da nossa sociedade de um modo mais específico com o viés da educação”.
“O principal objetivo desta Campanha da Fraternidade de 2022 é promover diálogos que proponham caminhos de um humanismo integral e solidário. Deseja-se uma educação que enxergue a pessoa na sua integralidade e que esteja em profundo diálogo com a “casa comum”; uma educação que liberte corpo, alma e sentimentos e traga a luz para uma sociedade democrática; uma educação que fale de projeto de vida e projeto de sociedade”, trecho da síntese do livro da Via-Sacra do Regional Nordeste 2.
No último dia 24, diante do conflito entre Rússia e Ucrânia, o Papa Francisco fez um apelo importante a todos crentes e não crentes, pedindo que fosse feito um dia de jejum pela paz.
“Eu quero fazer um apelo a todos, crentes e não crentes. Jesus nos ensinou que à insistência diabólica, à diabólica insensatez da violência se responde com as armas de Deus: com a oração e o jejum. Convido a todos a fazerem no próximo 2 de março, Quarta-feira de Cinzas, um dia de jejum pela paz. Encorajo, de modo especial os crentes a se dedicarem intensamente à oração e ao jejum naquele dia. Que a Rainha da Paz preserve o mundo da loucura da guerra”. (Papa Francisco)
Nas próximas semanas, vamos refletir sobre morte, pecado e da urgência a conversão, que a mensagem principal da Quaresma.
Antes da Páscoa, devemos meditar sobre a morte. Não de forma triste, luto, mas como um aviso aos nossos corações que precisamos de conversão. E só podemos fazer isso no dia de hoje, pois o amanhã não nos pertence. Nosso maior propósito deve ser de morrer para toda espécie de pecado e viver em Cristo. Para isso devemos estabelecer objetivos para viver um tempo de graça.