Fiéis participam do Ofício de Trevas de forma presencial e virtual

O Ofício é uma celebração de caráter triste, cantada na Semana Santa.

Por Wagner Oliveira | Pascom Arquidiocesana

(Fotos: Wanderlan Velozo | Pascom Arquidiocesana)

O Ofício de Trevas foi presidido pelo pároco e reitor Cônego Severino Fernando de Souza na Catedral de Nossa Senhora dos Prazeres, em Maceió, nesta quarta-feira, 31, da Semana Santa e cantado, solenemente, pelos seminaristas do Seminário de Nossa Senhora da Assunção de Maceió, regido pelo padre Luiz Antônio França.

O Arcebispo metropolitano de Maceió, Dom Antônio Muniz Fernandes, acolheu aos presentes na Catedral e oas que acompanhavam on-line; ele acompanhou de forma virtual o momento de oração de sua residência. O metropolita se recupera de recente procedimento cirúrgico e, por isso, não participou presencialmente na Catedral.

O Ofício de Trevas é uma oração de caráter triste formada pelas horas canônicas, matinas e laudes, dos três últimos dias da Semana Santa (quarta, quinta e sexta-feira). Contém lamentações, salmos e preces penitenciais, cantadas desde o século VII, com riquíssimas reflexões que refletem a Igreja que sofre com a traição de Judas, medita a agonia da entrega do Senhor no Horto das Oliveiras, revive a instituição da Eucaristia, contempla o drama no monte Gólgota e vislumbra a esperança da Ressurreição.

É divido em três partes, a primeira, com leituras tiradas das lamentações do profeta Jeremias; a segunda, com comentários de Santo Agostinho sobre os salmos 54 e 63, que são profecias sobre a Paixão e Morte de Jesus Cristo. E a terceira, com trechos das Epistolas do Apóstolo São Paulo.

Os noturnos são interrompidos pelos responsórios que são cantados como queixas que partem da boca do Salvador ou gemidos da Igreja que lamenta o seu Esposo.

No final, dom Antônio Muniz fez uma prece, exortando os fiéis a viverem a Semana Santa em oração e observando os cuidados neste tempo pandêmico. O momento foi encerado pelo Cônego Severino com a oração final.

A Pascom Arquidiocesana realizou a transmissão no canal do Youtu

 

be e redes sociais @arqdemaceio e viabilizou a transmissão remota do Arcebispo, além da projeção para os fiéis presentes na Igreja Catedral.

 

História

Reza a tradição que a denominação “trevas” está ligada ao decurso do ofício, em que se apagam sucessivamente 14 velas de um castiçal de forma triangular com 15 velas, fazendo memória das trevas que cobriram a terra com a morte de Jesus. A vela da ponta, a décima quinta, representa o Cristo. Segundo vários autores medievais, apagar uma vela após cada salmo significa o abandono de Jesus por seus seguidores, principalmente no Horto. A liturgia antiga colocava a última vela acesa atrás do altar para trazê-la de volta mais tarde, talvez no amanhecer, simbolizando assim a Morte e a Ressurreição do Senhor.