IPHAN entrega obra de requalificação do Museu Arquidiocesano de Arte Sacra Dom Ranulpho à Arquidiocese de Maceió

Na solenidade de reabertura do Museu Arquidiocesano, o Arcebispo Dom Antônio Muniz anunciou diversas ações e projetos que serão desenvolvidos no Complexo

Ennia Carolina – Pascom Arquidiocesana

Fotos: Carlos Roberto/Pascom Arquidiocesana

Um momento de grande festejo, aconteceu na manhã desta sexta-feira, 19 de julho, com a Inauguração da requalificação do Museu de Arte Sacra Dom Ranulpho, em Marechal Deodoro. Na Solenidade de entrega da obra estiveram presente o Arcebispo metropolitano de Maceió, Dom Antônio Muniz, O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), na presença da sua diretoria, Kátia Bogéa, e autoridades locais, entre elas, o prefeito da Cidade de Marechal, Cláudio Roberto Ayres da Costa – Cacau, e líderes da cultura Alagoana. Registra-se também a presença do vice diretor do Museu Arquidiocesano, padre Luciano Duarte, Dom Genival Saraiva, bispo emérito da Diocese de Palmares, e padres da Arquidiocese. O Museu Dom Ranulpho, está inserido no Complexo Conventual Franciscano Santa Maria Madalena, que além desse espaço de memória, estão as igrejas da Ordem Primeira e da Ordem Terceira de São Francisco.

Dom Muniz indagou a importância do Museu Dom Ranulpho para a Arquidiocese: “Aqui está a História da Arquidiocese, principalmente que próximo ano, vamos celebrar 100 anos da Arquidiocese de Maceió”.  Saindo do campo religioso, reafirmou a importância de tal projeto para o valorização da Cidade de Marechal, da Cultura Alagoana e o alcance em âmbito Nacional, enfatizou o papel do IPHAN, em parceria com a gestão do Padre Luciano Duarte, vice diretor do Museu e agradeceu a todos que trabalharam para a realização. Destacou a presença honrosa de Dom Francisco Barroso Filho, Bispo emérito da Diocese de Oliveira – MG e fundador do Museu Aleijadinho, em Ouro Preto-MG. Em sua fala o metropolita informou inúmeras novidades, entre elas o projeto do Oratório, onde receberá meninas e meninos, para a realização de aulas de Inglês, espanhol, História, Caligrafia e terão as três refeições diárias, em parceria com a prefeitura de Marechal, para posteriormente os mesmos serem monitores mirins. Em seguida, Katia Bogéa, diretora do IPHAN, solicitou o seu apoio para a realização desse projeto.

Após o corte da fita pelas autoridades presentes, e a leitura da placa pelo cerimonalista, Dom Antônio Muniz anunciou que no Museu, exatamente no porão do prédio, onde ficava os escravos, será instalado um restaurante com a culinária Francesa, cuja administração será de religiosas Francesas. Este momento, em especial foi de grande euforia, sendo nítido o entusiasmo de todos, autoridades presentes e a comunidade local.  Logo, em seguida, todos fizeram um tour no espaço museológico, com o auxílio dos monitores, que de maneira didática, levantaram questões reflexivas sobre algumas peças.

A reinauguração do Museu é mais uma reafirmação desse elo de compromisso social entre a Igreja e a sociedade, algo existente de maneira tão clara na Arquidiocese de Maceió, sendo um recurso de inclusão social e de preservação da cultura nas suas variadas manifestações, produzindo conhecimento e proporcionando lazer.

 A diretora do IPHAN, falou da parceria que existe há anos entre o Instituto de Patrimônio e a Igreja Católica, onde a mesma tem um dos maiores acervos brasileiros, ela salientou a necessidade de haver pessoas qualificadas na área para atuar no trabalho de cultura e memória.  Katia Bogéa anunciou, na solenidade da reinauguração, que a Igreja do Amparo, irá ser a primeira Igreja do Brasil a ser transformada em uma biblioteca pública, esse acontecimento tem um peso enorme não só para o clero, como acadêmicos, estudiosos e intelectuais, desenvolvendo um espaço de pesquisa.

O prefeito de Marechal, Cacau, indagou a sua parceria com a Igreja Católica, onde argumentou a economia da cidade que será contemplada com as diversas obras de revitalização que o IPHAN e prefeitura vem fazendo, em especial nos patrimônios da Igreja Católica, afirmou seu apoio no projeto “Oratório”, e a importância desse, para os jovens Deodorenses, e que eventos como esse que proporciona um desenvolvimento turístico e histórico na cidade.

Para Jorge Henrique, arquiteto e morador de Marechal Deodoro, o momento é muito especial para todos os deodorenses e destacou a riqueza de peças expostas e a modernidade do Museu com o novo projeto de museologia. “Este projeto trouxe modernidade para o Museu com totens tecnológicos. Peças reorganizadas e com a maior segurança muitas relíquias podem ser exposta para o conhecimento de todos”. Percebe-se que lugares de memória, com infinitas possibilidades de identidade. O Museu de artes sacras Dom Ranulpho, além de ser um lugar de conhecimento, inclusão social, lazer, criatividade, pesquisa e tecnologia. É um lugar de fé.

O título do Museu, é uma homenagem ao Arcebispo alagoano Dom Ranulpho (1887-1963), ao qual foi nomeado em 5 de Agosto de 1939, pelo mentor e idealizador do Museu, seu sucessor Dom Adelmo Machado (1905-1983).  A Arquidiocese de Maceió, que tem tutela sobre esse espaço museológico, que foi tombado em 1964 pelo IPHAN. É importante ressaltar que o acervo inicial veio da coleção particular do próprio Dom Ranulpho. As peças do Museu do Museu são do século XVIII e XIX, sendo um conjunto de esculturas, casulas, sinos, lanternas processional, lampadário, resplendor de imagem, cruz processional, coroas de Nossa Senhora, oratórios, nicho, quadros e inúmeros artefatos históricos e religiosos. Mas, com a reinauguração e o projeto de requalificação, a partir dos recursos do PAC Cidades Históricas, o espaço foi adaptado com novas instalações elétricas e expográficas, projeto multimídia e de segurança, implantação de condições de acessibilidade e de sinalização e comunicação visual, ganhando um ar moderno.