“Ó Deus, que admiravelmente criastes o ser humano e mais admiravelmente reabastecestes a sua dignidade, dai-nos participar da divindade do Vosso Filho, que se dignou a assumir a nossa humanidade. Por nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espirito Santo. Amém”.
Estamos vivenciando na liturgia da Igreja a oitava do Santo Natal do Senhor e as leituras bíblicas da liturgia da Palavra de hoje deixam o tom narrativo; não contam o fato ou detalhes do fato; fazem em vez disso uma pergunta: quem é aquele que nasceu?
Quem é este Menino? Quem é esta luz? No Creio da Missa, nós proclamamos que ele é “o Unigênito Filho de Deus, nascido do Pai antes de todos os séculos: Deus de Deus, luz da luz, Deus verdadeiro de Deus verdadeiro, gerado não criado, consubstancial ao Pai, por ele todas as coisas foram feitas”. Esta é a fé que a Igreja proclama desde o Concilio Niceia. Onde se fundamenta tal fé? na revelação e na Palavra de Deus. No principio era a palavra e a Palavra estava com Deus; “No principio Deus criou o céu e terra”: assim começa a história do mundo na Bíblia; pois bem, agora sabemos que aquele que não era o principio absoluto ou do ser; era somente o principio do tempo. Naquele momento, quando começavam a existir o céu e a terra, o Verbo estava junto a Deus.
A liturgia do Natal nos convida a contemplar quem é Jesus “para nós”: “E o verbo se fez carne e habitou entre nós”. É segundo movimento do Creio “para nós homens e para a salvação desceu do céu e por obra do Espirito Santo se encarnou no seio da Virgem Maria e se fez homem. Deus em pessoa veio consolar e nos salvar, não mais um anjo ou profeta: eis o verdadeiro sentido do mistério do Natal: “Deus que muitas vezes e de muitos modos falou outrora aos nossos pais pelos profetas; nestes dias, que são os últimos, ele nos falou por meio do Filho, a quem ele constituiu herdeiro de todas as coisas e pelo qual também ele criou o universo” (Heb 1, 1-2)
Portanto, no nascimento de Jesus Cristo Deus não nos deu somente sua Palavra, deu-nos sua Vida, isto é seus filhos: A todos aqueles que receberam aos que creem no seu nome, deu-lhes o poder de se tornar filhos de Deus. A vida se manifestou, e nós a temos visto. Nós não celebramos só o Natal de Jesus, mas também nosso Natal, porque o nascimento de Jesus marca nosso renascimento.
Por Manuel Moraes