Por Mons. Rubião Lins Peixoto/ARTIGO
Editado no dia 02 de dezembro de 2021
A Mariologia é antes que tudo, bíblica. A História da Salvação nos conduz ao sentido pleno da Revelação. Cristo encarnado no seio de Maria é a realização do Antigo e do Novo Testamentos. “A Palavra se fez homem e habitou entre nós” (Jo 1,14),nascida no seio da Mulher. Tendo acontecido o pecado de nossos primeiros pais, que chamamos de original, fecharam-se como que as portas da eternidade para a raça humana. Mas, o próprio Deus no livro do Gêneses profetiza sobre nossa salvação, anunciando a Mulher isenta do pecado, que trará à humanidade o Salvador. Pode-se aplicar indiretamente à Mulher Mãe de Jesus Cristo, o Cântico dos Cânticos 6,10: “Surge como aurora”. Sendo Filha de Sião, receberá a saudação do anjo com a expressão: “Alegra-te cheia de Graça o Senhor é contigo (Lc 1, 28)”!
A noite espessa é na Bíblia e na Teologia símbolo do pecado. O próprio pecado é treva e contrário à luz. Quando raia um novo dia, a natureza nos mostra na abóbada celeste a luz radiante. Antes que tudo vemos a estrela matutina ou da manhã. Os Santos Padres deram à Maria o título de “Estrala da Manhã.” Tenhamos a capacidade de uma leitura do texto bíblico para além da concepção literal.
A Virgem faz a intermediação entre o próprio Deus e nós. É preciso entender que no plano da Salvação, segundo Deus, Maria é indispensável. A chegada do Sol Invicto, Cristo, acontece no Santíssimo Seio de Maria de Nazaré. Assim será o Natal! A Virgem pode e deve ser chamada “Nossa Senhora da Graça” porque trouxe a graça da salvação. O Advento é tempo de alegre expectativa.Contemplemos a Virgem na via da beleza, porque a Beleza que é Deus, está em Maria e Ela está com Deus. Ao vê-LO em seu colo materno, possivelmente e com êxtase, Ela dissera: Meu Deus e meu Filho!
José dobra os joelhos e O adora. Com oração, penitencia e o amor, preparemo-nos com Maria contemplar, Deus feito Homem, em tudo semelhante a nós, só não no pecado (Hb 4,15).