Por Rose Lino – Comunicação Arquidiocese de Maceió
Aconteceu no último sábado dia 29 de dezembro, a 6ª edição do “Escolhemos a Vida”, no calçadão do centro da cidade em frente à Igreja do Livramento. O evento é organizado pela Pastoral da Saúde, sempre no contexto do Natal, precisamente no Dia dos Santos Inocentes, com a bênção do Arcebispo Metropolitano Dom Antônio Muniz e o apoio e a participação de diversos movimentos e pastorais ligados à família como a Pastoral Familiar, o ECC (Encontro de Casais com Cristo), Equipes de Nossa Senhora e da juventude o EJC, TLC e Segue-me.
O objetivo é despertar a consciência da sociedade para uma reflexão mais humana em relação ao mal do aborto, rezar pelas famílias e pelas milhares de crianças já abortadas e visando que a sociedade possa um dia banir este mal animalesco, desumano de seu meio e possa amar a vida do seu início ao fim de forma natural.
A programação do evento conta com a reza do Santo Terço e ladainha; leitura e meditação do Evangelho; testemunhos de mães e médicas; apresentação de vídeos e de teatro (Comunidade Shalom) e caminhada até a Catedral Metropolitana onde a celebração da Santa Missa encerra o evento.
Após a leitura do Evangelho, Pe. Cícero Lenisvaldo que é o coordenador da Pastoral da Saúde da Arquidiocese de Maceió nos levou a refletir sobre o bem maior que é a vida, “celebramos os Santos Inocentes, celebramos a vida, por isso são as mulheres (gestoras da vida), as crianças (sementes do futuro) e as famílias (esperança do crescimento da vida) que devemos preservar e lutar a cada dia. Estamos aqui pela vida e contra a morte, contra ao aborto” concluiu o padre.
Joseane Melo que frequenta o Mosteiro da Santíssima Trindade na Santa Lúcia e pertence a Equipe de Nossa Senhora e Camila Ataíde que frequenta a Capela São Vicente na Santa Casa de Misericórdia são as organizadoras do evento junto com o Padre Cícero Lenisvaldo convidaram também membros da Associação dos Médicos Católicos de Alagoas para participarem e dar testemunhos sobre a questão do aborto e os males causados também a vida das mulheres que o praticam. Drª Shiarllys Souza, Ginecologista e Obstetra diz que: “O aborto espontâneo é a perda do bebê, o feto, até o 5º mês ou que pese ½ kg e existe também o aborto provocado que aflige o coração do cristão. A lei permite que o aborto seja feito no caso de estupro, quando a mãe corre o risco de morte ou quando há má formação do feto, mas isso não quer dizer que a mulher tenha que abortar. A vida começa no momento da concepção, somos puro milagre porque cada um é único. Somos a resistência ao que é natural. Tudo que é preciso muita explicação é algo errado e complicado e a vida é simples, então por que complicar? Nós cristãos temos que ter muita compaixão com essas pessoas que querem mudar as leis naturais. Quero lembrar que a decisão é sempre da mulher, o namorado, o marido, os pais, os amigos não podem ter posse e decidir pela mulher um aborto. As mulheres que me procuram e querem abortar elas chegam com muito medo. Medo das críticas, medo da exclusão, medo de perder o emprego, medo de não poder sustentar o filho, medo de ser rejeitada pelo namorado, elas têm muito medo. O apoio da família é decisivo nessa hora porque o aborto dói na alma e dói fisicamente também. Tem mulheres que precisam de apoio psicológico para o resto da vida quando abortam por que não encontra apoio para levar a gravidez adiante, então que nós cristãos apoiemos sempre o direito à vida. ”
Ouvimos também o testemunho de Marlene Costa que engravidou aos 28 anos do primeiro filho e que aos quatro meses de gestação teve rubéola e foi orientada pelo médico a abortar porque a criança poderia ter graves sequelas como a cegueira e outras. Nesse mesmo dia ela sentiu o bebê chutar pela primeira vez e então decidiu que não abortaria entregando sua gravidez nas mãos de Deus. Hoje seu filho Rógenes está presente neste ato, é acólito na igreja da Santa Lúcia e tem um irmão chamado Rodrigo, para Marlene os dois são bênçãos na sua vida.
Após a apresentação teatral pela Comunidade Shalom seguiu-se a caminhada que foi acompanhada pela banda da Casa Dom Bosco até a Catedral onde foi realizada a Santa Missa presidida pelo Arcebispo Metropolitano Dom Antônio Muniz, concelebrada pelo Padre Cícero Lenisvaldo, contando também com a presença do Diácono Inácio, seminaristas e acólitos. Em sua homilia Dom Antônio enfocou a perversidade do aborto e sobre o derramamento de sangue de inocentes, seja nas guerras declaradas, nos abortos permitidos ou não. Quando ferimos a Igreja através dos seus representantes com mentiras e calúnias. Quando denegrimos a imagem do outro com nossos dedos através do WhatsApp, com as “Fake News”. Há muitas formas de matar os outros sem ter que usar armas perfurantes. “Que possamos, como cristãos, ter mais compaixão pelos fracos e lutar sempre pela vida”, concluiu o arcebispo.