Mons. Rubião Lins Peixoto
A Quaresma nos conduz à Semana Santa, celebração dos divinos mistérios da Redenção. A Igreja diz-nos pela Sagrada Liturgia que é necessário fazer uma passagem da morte para a vida e do pecado para a graça. Se não acontece a passagem, nada se celebrou, porque nada mudou. A expressão FELIZ PÁSCOA nem sempre é repleta de sentido, pois muitos cristãos não sabem o que é ‘’ o homem novo em Cristo’’. Quando o cristão se reveste de Cristo, vencedor da morte acontece nele o jubilo pascal. A Virgem Mãe do ressuscitado esteve em vigília, do sábado santo para o domingo da ressurreição, aguardando o triunfo do Senhor que não deveria permanecer na morte. A carne que a Virgem ministrou ao Verbo de Deus adquiriu na ressurreição dotes gloriosos, Aquela que sentiu alegria na Encarnação, alegrou-se também na vitória do Ressuscitado.
‘’A Senhora da Soledade’’ do sábado tornou-se ‘’a Senhora da Vitória’’ no domingo de páscoa. Maria poderia ter dito: ‘’carne da minha carne, que não se corrompeu no túmulo!’’. Depois a Mãe terá a mesma sorte do Filho, quando também da própria morte ela foi depositada no túmulo sem corrupção. Ela sem ruga e sem mancha recebe a plenitude da glória. ”Levanta-te! Anda, vem daí, ó minha amada. Toda bela és tu, ó minha amada, em ti não há defeito algum. ’’(Cc 2,14:4,7). À Maria Madalena, Cristo dissera: ‘’Não me toques , porque ainda não subi para o Pai’’ (Jo 20,17). Possivelmente terá sido diferente, quando do encontro com Sua Mãe, a ‘’cheia de Graça’’, participante do júbilo pascal: aproximaram-se dois corpos virginais. O corpo Dele, três vezes santo, e o dela, preservado do pecado. Com o ‘’Sim’’, Maria se desprende de tudo que não relação com Deus. É no período pascal que a liturgia saúda a Senhora da Páscoa com a antífona: ‘’ Rainha do céu, alegrai-vos, aleluia, pois o Senhor que mereceste trazer em vosso seio, aleluia, ressuscitou como disse, aleluia, rogai a Deus por nós,aleluia. ‘’ A Virgem glorificada pelo Filho Jesus Cristo , esperança nossa, acena- nos em direção às alturas. ‘’Somos feito para as coisas que são do alto!’’ (São Paulo).