Por Marcos Filipe Sousa | Pascom Arquidiocesana
Em profundo silêncio, o vigário-geral da Arquidiocese de Maceió, Dom Genival Saraiva, presidiu a Solene Ação Litúrgica da Sexta-Feira da Paixão do Senhor, na Catedral de Nossa Senhora dos Prazeres, no Centro da capital, no dia 2.
No início, o presidente da celebração prostrou-se diante do altar, que simboliza o próprio Cristo, local onde o Cordeiro de Deus é imolado, mistério atualizado em cada missa.
“Realidade que aconteceu no tempo, como acabamos de acompanhar nessa narração que São João nos deixou. Essa liturgia é marcada profundamente pelo silêncio, pela sobriedade. E cada um de nós compreende o porquê dessa linguagem, e do sentimento de cada um de nós, no plano humano, pessoal e comunitário. Dentro dessa realidade encontramos na Palavra proclamada situações do dia a dia de todos nós. A realidade do sofrimento, dor e morte”, iniciou a homilia.
Para Dom Genival, essa realidade se personifica em Jesus. “O profeta Isaías nos colocou diante do Messias como servo sofredor. E escreveu que este servo carregava sob si nossas enfermidades e nossas dores. Humamente falando, Jesus tinha empatia, se colocava no lugar dos outros pelo seu amor, chegando ao ápice no mistério de sua morte, apresentado nessa sexta”.
“O início da vitória de Cristo perde sua força se não for precidido pela memória de sua Paixão. A vitória de Jesus ressuscitado tem as marcas indelevéis de Cristo crucificado, disse um autor. Todos nós em face da cruz de Cristo, também carregamos as nossas. No dia de hoje devemos nos dar conta de que as palavras de Jesus continuam acontecendo no tempo: quem quiser ser meu discípulo, renuncie a si mesmo, toma a sua cruz e me siga”, dizendo que cada um não pode dar sua cruz para o outro, deve carregar a sua.
“Nossa celebração traz a cruz da morte de familiares e amigos, dor das famílias, o retrato agradecido dos recuperados e daquelas pessoas e instituições que os ajudaram nas recuperações. É a oração da Igreja que daqui a pouco será a Universal, onde rezaremos juntos, que cresce na solidariedade e da prece”, lembrou a atual pandemia da covid-19.
Dia de jejum e abstinência, essa é a principal celebração do dia, iniciada às 15h, horário em que Jesus deu a vida, no Calvário, pela redenção da humanidade, composta de três partes: Liturgia da Palavra, com a narrativa da Paixão, adoração da cruz e comunhão eucarística. É o único dia do ano em que não há missa nem consagração das hóstias.