Marcos Filipe – Pascom Arquidiocese de Maceió
O relógio registrava às 15h e o sol brilhava ao fundo da Lagoa Mundaú, em Maceió, quando iniciou no Santuário da Misericórdia João Paulo II e Irmã Dulce, no bairro do Trapiche, a Tarde e Vigília da Misericórdia, na Arquidiocese de Maceió.
Na hora santa, as palavras de Santa Faustina foram meditadas, no momento conduzido pelo Frater Dehoniano, Ramon Bertoldo e a leiga, carinhosamente conhecida como Meirinha.
Logo em seguida, ocorreu a consagração das famílias da Igreja de Maceió com a entrada da imagem de Jesus crucificado, trazida por casais de movimentos familiares da Arquidiocese, e conduzida pelo padre Márcio Roberto, da paróquia de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, no bairro do Vergel.
Óleo e sal foram entregues aos presentes, simbolizando a missão de todo cristão batizado. Padre Adriano Vieira, da Paróquia de São Francisco e São Pedro, fez a benção dos sacramentais e em seguida, aspergiu todos que estavam no santuário.
Padre Tito Régis, da paróquia de São Miguel Arcanjo, fez a pregação do dia, que teve como referência a passagem de Êxodo 3: a encontro de Moisés, no Monte Horeb, com o Senhor que aparece como uma sarça ardente que não se consumia.
“Tira os sapatos de teus pés, porque o lugar em que tu estás é terra santa. As palavras que Moisés ouve de Deus são importantes, porque ele vinha de uma trajetória, naquele momento, vivida com acertos e erros. Fazia a experiência de ter matado um homem e fugido do palácio real, onde tinha uma vida de luxo”, falou o sacerdote.
E continuou: “Para Moisés tirar as sandálias poderia ser um ato insignificante, mas ele precisava tirar todas as resistências, para ter a experiencia do encontro com Deus. Tirar as sandálias foi o primeiro passo de uma grande obra. Assim somos nós, precisamos tirar do corpo o que nos faz se afastar de Deus”.
O padre refletiu que a misericórdia do Senhor é como a sarça que não se consumia. “A misericórdia queima e por mais que a miséria humana produza coisas ruins, nada tira o amor de Deus e a sua vontade de se aproximar de nós”.
Ano Vocacional
Acólitos e Ancilas participaram de um momento relacionado ao Ano Vocacional celebrado neste ano. Todos receberam um crucifixo com o símbolo da data.
O seminarista Leandro Lira, da equipe do Serviço de Animação Vocacional (SAV) e da equipe que coordena as atividades do Ano Vocacional na Arquidiocese, comentou sobre o momento. “É uma forma simbólica, onde que cada acólito e ancila levará a cruz com o simbolo do ano e enviados em missão para as suas comunidades”.
A misericórdia de Deus precisa ser espalhada
A celebração foi presidida pelo vigário-geral, Monsenhor José Augusto, que na homilia recordou o sentido da festa.
“A Festa da Divina Misericórdia, na tradição antiga, é o dia em que aqueles que se batizaram na Vigília Pascal, retornavam às suas comunidades para serem testemunhas dos seus batismos, para expressarem e visibilizar a Igreja. Por isso, o Papa João Paulo II, também fez deste domingo, para contemplarmos, acolhermos, e experimentarmos a divina misericórdia. Toda revelação vai propondo esse Deus que é amor. E na sua gratuidade de amor, acolhe e faz acontecer a criação, a redenção, a salvação”.
Dirigindo-se à comunidade presente disse: “Este dia representa sobretudo, vivenciar como Igreja, a grandeza da Salvação. O grande convite desta noite é que possamos visibilizar a misericórdia de Deus, em um mundo indiferente, com seus ódios e tristezas. Celebramos hoje, o perdão e o acolhimento. Precisamos ser diferentes e cuidar desse depósito da nossa fé”.
“Temos que entender que a misericórdia do Ressuscitado age e transforma, mas precisa da nossa parte. A graça precisa agir em nós.”, colocou.
Ele encerrou, lembrando que a Páscoa não é só um tempo festivo, mas um estado para ser vivido todo o ano, porque os cristãos são testemunhas da sua vitória. “Que esses sinais estejam no agir, ser, viver e testemunhar da Igreja, com o nosso comprometimento, lutando contra o pecado e a indiferença”.