Patrimônios Históricos da Arquidiocese

Catedral Metropolitana

Por volta de 1611, na sesmaria de Manuel Antônio Duro, no local onde hoje se encontra a Catedral Metropolitana de Maceió estava instalada uma capela consagrada à São Gonçalo do Amarante, que de acordo com COSTA (1981), ao que tudo indica, fazia parte do Engenho Massayó, engenho fundador da cidade, afirmando o costume colonial de instalação da capela junto à casa-grande.

Em 1762, o sesmeiro Apolinário Fernandes Padilha “constituía o patrimônio de Nossa Senhora dos Prazeres, doando-lhe os terrenos de sua propriedade” (COSTA, 1981, p. 9), sendo assim modificado o padroeiro e consequentemente o nome, tornando-se em 1819 matriz da vila de Maceió.

Em 1850 a então capela de Nossa Senhora dos Prazeres foi demolida para dar lugar a atual Catedral Metropolitana de Maceió, fundada em 31 de dezembro de 1859. De acordo com MÉRO (1987) é conhecida como “Templo Imperial” pois seu chão foi pisado por D. Pedro II e Dona Tereza Cristina, no dia da sua fundação. Em 22 de novembro de 1821, foi lançada a pedra fundamental para a construção da Igreja.

De acordo com MÉRO (1987), acredita-se que sua planta é de autoria do arquiteto francês Grandjean de Montigny quando veio ao Brasil através da Missão Francesa. Ainda de acordo com o autor, existe dúvidas quanto a essa planta ter sido destinada à Igreja do Livramento ou à Catedral; este autor afirma acreditar ser a da Catedral, pois seu estilo de planta condiz com o estilo do arquiteto e da fachada da mesma, porém não se sabe ao certo, pois ambas sofreram várias modificações internas.

Tombada em instância estadual em 1988 junto com as demais Igrejas de Nossa Senhora do Livramento, Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, Igreja Bom Jesus dos Martírios e Capela de São Gonçalo do Amarante.

Atualmente passa por um processo de restauração do seu altar, que deverá ser entregue para os fieis no mês de setembro de 2018.

Arcebispado

Em 1925, o Exmo. e Remo. Sr. D. Santino Maria da Silva Coutinho logo cogitou de construir um novo palácio para instalação dos prelados deste arcebispado e as obras tiveram início em fevereiro em 1926.

O palácio tem uma bela e elegante fachada. Mas, na parte interna obedeceu ao estilo do convento, com longos e largos corredores e poucas salas. Estas são apenas o salão nobre, a capela e o refeitório.

Para a construção do palácio não houve planta levantada por algum engenheiro competente.

No ano de 1945, em preparação para as festas jubilares e celebração do congresso eucarístico, o Exmo. e Revmo. Sr. Arcebispo, D. Ranulfo procedeu a uma modificação na entrada do palácio arquidiocesano, tornando-a mais solene.

Apesar de se tratar de um prédio que já sofreu várias intervenções, ao correr dos anos, sua estrutura arquitetônica ainda permite uma nítida leitura de um neoclássico tardio, condizente com o gosto de uma Maceió das primeiras décadas deste século.

No ano de 2013 passou por uma restauração e foi reinaugurado como Centro Arquidiocesano de Cultura Dom Santino Coutinho.

Igreja Nossa Senhora Mãe do Povo

O início da construção da primeira capela de Jaraguá deu-se no ano de 1820, em homenagem a Nossa Senhora Mãe do Povo e concluída em 1º de agosto de 1827. Com a criação da freguesia, a primeira capela tornou-se a Igreja Matriz de Jaraguá, em 1865.

A atual Matriz de Jaraguá foi edificada de pedra calcária e telhas grossas, vinda da Europa para fazer peso no porão dos navios. “O vigário, à noite, com estola e batendo numa campa, saia pelas ruas chamando os fiéis para carregar pedras que os comandantes dos navios estrangeiros, aqui chegados, em lastro, para carregar açúcar, jogavam nos fundos da recebedoria.” (Felix Lima Júnior).

A Matriz de Jaraguá concluída na gestão pastoral do Mons. Fernando Alves da Rocha Lyra, aos 29 de abril de 1923. A obra iniciada pelo Pe. Pedro de São Bernardo Peixoto, aos 15 de janeiro de 1888, sexagésimo sexto ano da Independência do Brasil, quando da bênção da pedra fundamental, num terreno aos fundos da antiga matriz, doado pelo casal Luís de Barros Leite, sua esposa Quintina Maria de Barros, e seu filho Manoel José de Moura Barros Leite.

Complexo de Igrejas de Marechal Deodoro

As mais antigas construções do centro histórico da cidade datam do século XVII sob a influência da colonização e arquitetura portuguesas.

Igreja Santa Maria Madalena / Convento de São Francisco - O início da construção da igreja e convento foi em 1684, apesar de dois anos antes dessa data já terem chegado na cidade os primeiros membros da Ordem Franciscana. Em 1689 foi terminada a capela-mor, depois disso, as obras foram paralisadas durante 30 anos, e apenas em 1723, a primeira missa celebrada nesta igreja aconteceu na Semana Santa do ano de 1662. Mas sua obra só foi totalizada em 1793.

Sua fachada apresenta adereços em formas de plantas, confeccionados em pedra calcária; pardieiras emolduradas nas janelas do coro; a janela central apresenta um óculo que favorece a ventilação. A Capela-mor, concluída em 1689 tem teto em caixotões e, a Capela profunda tem retábulo, que é uma estrutura em pedra ou talha de madeira que se eleva na parte posterior de um altar. Este trabalho é único em todo Nordeste brasileiro. Sob o coro existe um painel de Santa Clara de Assis, pintado pelo artista plástico pernambucano José Eloy, em 1817.

No altar existe uma imagem de Cristo Crucificado, um exemplar da escola Jansenista, raríssimo. Em todo o Brasil, além desse de Marechal Deodoro, existe apenas mais um, na Bahia.

Na parte superior do prédio funciona o Museu de Arte Sacra de Alagoas, que reúne todo o acervo religioso do município.

Igreja da Ordem Terceira de São Francisco - Anexa a Igreja de Santa Maria Madalena foi construída durante o século XVIII, possui fachada de estilo Rococó. Uma porta única, feita em folha almofada, dá acesso ao templo que tem mais três janelas de adorno.

Igreja do Senhor do Bonfim - Primeira igreja construída no município de Marechal Deodoro. Não se sabe ao certo a data da sua construção, mas conhece-se o fato de o patrimônio ter sido estabelecido por Diogo Soares da Cunha, no ano de 1611. Sua fachada tem influência das igrejas franciscanas de outras cidades da região Nordeste.
Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição- Sem registros para precisar a data de construção da matriz de Nossa Senhora da Conceição, algumas fontes indicam que a mesma já existia em 1654 e que foi edificada pelo português João Esteves, em troca das terras do atual distrito de Massagueira. Foi queimada e destruída pelos holandeses quando da invasão do território.

No ano de 1672 os habitantes da vila voltaram a levantar o monumento, que foi concluído muito anos depois, em 1783. A obra é marcada pelo predomínio dos traços do estilo rococó.

O monumento teve sua pedra fundamental lançada em 1757. Em 1819 recebeu a imagem grande que fica no altar, quatro do crucificado e mais uma da caixinha. Em 1860 sua obra foi dada como concluída, apresentando fachada com frontão brasonado em volutas e ladeados por dois pináculos. Na parte de baixo, um óculo lobulado e duas janelas sob a porta principal almofadada. Neste mesmo alinhamento frontal está a torre com uma sineira. No ano de 1683 a irmandade de Nossa Senhora do Amparo foi instituída.

Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos - A edificação já existia por volta de 1777 sob a forma de capela, sendo orago de grande devoção entre os homens negros. Registros mostram que a construção do atual templo, maior que o anterior, foi iniciada em 1834 pela irmandade do Rosário para ser frequentada pelos escravos e ex-escravos. Sua fachada é marcada por traços neoclassizantes.

Igreja do Carmo – a obra de autoria dos religiosos carmelitas não tem data conhecida de construção, mas estima-se que seja anterior ao ano de 1715. Serviu de moradia para os religiosos que construíram o Convento do Carmo e, em 1872, passou a ser Capela do Cemitério do Carmo.

Convento do Carmo – também conhecido como Convento Caiado, sua construção teve início em 1722, mas nunca foi dada como concluída, por conta da quizila judicial entre os responsáveis pela sua construção, os religiosos carmelitas, e os franciscanos. Os dois grupos religiosos disputavam a soberania religiosa local.

Igreja de Nossa Senhora do Ó - Na Igreja de Nossa Senhora do Ó começou a ser instalada a Irmandade da Ordem Terceira de Nossa Senhora do Monte do Carmo da Reforma Calçada, em 16 de julho de 1744. Muito tempo depois, em novembro de 1870, foi entregue ao culto público completamente restaurada e serviu de capela ao cemitério público da antiga capital alagoana.

Atualmente está em grau acentuado de arruinamento, mas ainda mantém a porta de madeira almofadada e conserva na sua fachada elementos estilísticos prováveis do século XVIII, frontão típico em curva e contra-curva, similar a muitos do mesmo período.

Convento de São Francisco - O conjunto arquitetônico Santa Maria Madalena retrata um dos mais belos exemplares da arquitetura barroca em Alagoas, merecendo destaque entre os demais monumentos históricos do Estado pela riqueza de detalhes que compõem a obra e por ter sido cenário para as mais diversas ocupações ao longo dos três últimos séculos.

O marco inicial de sua construção remonta a 1635, quando na antiga Vila de Alagoas do Sul foi construído o recolhimento de palha e ramagem para abrigar Frei Cosme de São Damião e seu secretário, que integravam a leva de fugitivos oriundos de Pernambuco no período da dominação holandesa.

A 4 de dezembro de 1660, Frei Pedro de São Paulo dá início à construção do convento franciscano. Em 1684 foi lançada a primeira pedra para a construção do atual edifício – Igreja e Convento. As obras sofreram uma longa paralisação de trinta anos, tendo sido o prédio concluído em 1723, embora, muito antes os religiosos já residentes utilizassem algumas dependências para ministrar aulas de Gramática para a população local. Em 1793 veio a ser terminada a fachada da Igreja, dando conclusão à obra – mais de três séculos e meio desde a sua iniciação.

Prestou-se ainda para abrigar o Seminário Diocesano de Alagoas durante dois anos, e em 1915, a instalar o Orfanato de São José, o qual foi transferido para uma edificação anexa, construída no próprio terreno do Convento.

Em 1984, a estrutura física do conjunto arquitetônico sofreu mais algumas alterações para instalar o Museu de Arte Sacra do Estado de Alagoas, que perdura até hoje, mantendo um acervo com mais de 200 peças, entre esculturas em madeira dourada e policromada, pinturas sobre tela, mobiliários, joias e objetos litúrgicos em ouro e prata, alfaias em geral. Tudo produção dos séculos XVII, XVIII e XIX.